Não diga que não avisei... O Massacre da Serra Elétrica (2022)
A virgem |
A fórmula dos filmes slasher – aqueles em que um assassino mata
pessoas aleatoriamente – quase sempre segue a seguinte receita: grupo de jovens
vai para algum lugar isolado, quer seja uma cabana, uma floresta ou uma cidade
no meio do nada, e estando nesse espaço o local torna-se o playground para o
assassino divertir-se matando todos de forma brutal.
Como bem nos ensinou o divertido O Segredo da Cabana (2017),
complementando o clichê temos os tipos de personagens: a mulher jovem, o rapaz
(normalmente bonito e mais rico), o estudioso (o nerd), o abobalhado e a chamada
virgem (aquela moça que não queria estar aí, não está integrada ao grupo, mas
por qualquer motivo está junto com eles).
Em O Massacre da Serra Elétrica (2022) temos (quase) todos esses
elementos e esse não é o problema. Na verdade, durante o primeiro ato (a
preparação do cenário para matança) fiquei animado com a modernização dos
clichês, com jovens influenciadores digitais indo para uma cidade abandonada
para investir e ganhar dinheiro com as velhas propriedades. Como tornou-se
tendência, quase todos eles são antipáticos e maliciosos de forma a incentivar
a plateia a torcer pelo assassino. Além disso, a primeira aparição do vilão LeatherFace
(claro que a cidade escolhida é o lar do assassino), ocorre em um plano com sua
silhueta posicionada estrategicamente em frente a um vitral, de forma que a luz
cria uma aura quase santificada em torno da sua cabeça. Isso me deixou animado,
afinal o Santo LF vai nos salvar da mediocridade dos chamados digital
influencers.
Ledo engano; rapidamente o filme desaba: bons personagens
são desperdiçados, outros aparecem agindo de forma sem sentido, todos os clichês
passam a ser utilizados da pior forma possível. Torna-se difícil não torcer
para LeatherFace matar todos o mais rapidamente possível para acabar com o martírio
de assistir à segunda metade de O Massacre da Serra Elétrica.
Quando decidi assistir O Massacre não esperava muita coisa –
não acreditava no potencial de uma continuação de um filme original de 1974 que
teve mais de meia dúzia de sequências e derivados, quase todos ruins. Mas o início
do filme realmente me enganou e me fez acreditar que seria uma obra ao menos
divertida. Como fui tolo.
E claro, o final é aberto e deixa o caminho escancarado para
uma ou mais continuações. Deve servir ao menos para inflar o catálogo da Netflix.
Nota: 2/5
Comentários
Dá vontade de assistir! De tão ruim.