Análise do filme

“Sete dias com Marilyn”

e o star system americano:

um olhar sobre as estrelas

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Eu sabia que pertencia ao público, que pertencia ao mundo inteiro, não pelo meu talento ou mesmo pela minha beleza, mas porque nunca tinha sido de ninguém...” (Marilyn Monroe)

O filme “Sete dias com Marilyn” ganhou o Oscar de Melhor Atriz, em 2012, cujo prêmio foi concedido a Michelle Williams no papel de Marilyn Monroe.

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Marilyn Monroe (Michelle Williams)

O filme dirigido pelo cineasta inglês Simon Curtis conta a passagem de Marilyn Monroe, em 1956, quando foi pela primeira vez a Londres, para filmar a comédia romântica “O príncipe encantado” (1957), com Laurence Olivier.

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Marilyn e Colin Clark (Eddie Radmayme)

 

O filme foi baseado no livro “Minha semana com Marilyn” em que Colin Clark conta como foram seus dias ao lado da maior estrela do cinema dos anos 50. Ele era assistente do prestigiado ator e diretor britânico, Laurence Olivier. O assistente tinha apenas 23 anos e transformou-se em um confidente de Marilyn.

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Colin Clark e o ator Eddie Radmaym

 

O longa-metragem “Sete dias…” mostra os conflitos que esta relação causou nos bastidores da produção do filme. Colin contou para todo mundo a sua experiência com a atriz e causou muita inveja.

Ao conhecer Colin surge outra Marilyn tão comum e que não se impõe porque é uma celebridade. A sua passagem por Londres, entre idas e vindas durou apenas quatro meses, como relata o filme.

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Cena do filme “Sete dias com Marilyn”

Neste filme, a divina Marilyn está tão infeliz que se perde no seu sofrimento e também nas cenas que tem que gravar para o filme “O príncipe encantado” e acarreta num constrangimento entre a atriz o e o ator famoso.

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Keneth Branagh interpreta Laurence Olivier no filme

“O príncipe encantado” (1957)

A versão teatral de “O príncipe encantado” trata da vida do monarca de país fictício, que se apaixona por uma atriz de cabaré americana e que havia sido protagonizada pela atriz Vivien Leigh, a Scarlet O´Hara, do filme “... E o vento levou” (1939). Por pressão do estúdio e do star system (por conta da idade da atriz, com 43 anos), Vivien Leigh interpretada por Julia Ormond cedeu o papel para Marilyn Monroe.

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Vivien Leigh (Julia Ormond) e

Laurence Olivier (Keneth Branagh)

O filme releva os problemas pessoais da diva Marilyn Monroe e que refletia em sua carreira e vice-versa. Mas, a elegância e a beleza ela conservava acima de tudo.

Os astros e estrelas de Hollywood tinham um estilo de vida, que os americanos começaram a acompanhar graças ao cinema e a televisão que transmitia os acontecimentos das celebridades. Enquanto isso, a tradição e os valores conservadores na sociedade americana voltaram a ser o espelho que todos precisavam mirar, depois da 2ª. Guerra Mundial.

Em 29 de junho de 1956, Marilyn casou-se com o dramaturgo Arthur Miller e ela achou que tinha chegado a hora de ser uma esposa americana, por excelência.

Nessa época, o modelo de mulher era a dona de casa perfeita.  Marilyn tentou  copiar o modelo e sofria porque não conseguia ser a esposa que gostaria de ser.

O papel de mãe ela também não desempenhou considerando os abortos que sofreu. A atriz tinha em casa o melhor aspirador de pó, mas não tinha o talento de uma dona de casa, quando se casou com Miller.

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Arthur Miller e Marilyn Monroe

Em 1961, ela protagoniza o filme “Os desajustados”, com direção de John Huston. Miller escreveu o roteiro do filme, com Marilyn no papel principal.

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Marilyn preparando-se para a gravação do filme

“Os desajustados” – 1961 – figurino de Jean Louis

 

Nos anos 50, Miller viveu o auge de sua fama e ao ser convocado a depor numa comissão do Congresso dos EUA, que investigava a ligação de artistas com o comunismo, ele se recusou a delatar os colegas, apesar da ameaça de prisão por desacato à autoridade.

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Elenco do filme “Os desajustados” de 1961

 

Miller se transformou num ícone intelectual, com a sua obra-prima “A Morte do Caixeiro-Viajante”, peça que simboliza o fracasso do “sonho americano”. Ele morreu de complicações decorrentes de um câncer, aos 89 anos.

O casamento da atriz com o dramaturgo durou de 1956 a 1961. Miller confessou depois do divórcio, que a convivência com Marilyn foi um período infeliz, porque ele parou de se dedicar ao trabalho para cuidar da esposa. Ela tinha uma preocupação excessiva com a sua aparência e dizia que precisava dormir bem para poder gravar no dia seguinte. Então, os remédios para dormir eram de uso constante e segundo Miller ela vivia aquele torpor que estes remédios causam quando usados em excesso e isso o deixou muito perturbado.

Na verdade, Miller não soube lidar com esta situação e também pressionava a esposa para aceitar papéis que ela não queria, por causa da situação financeira do casal.

Em contrapartida, Marilyn lidava mal com seus negócios e fortuna.

 

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Marilyn no filme “Os desajustados”

Mas, o seu brilho maior era ser Marilyn Monroe e este papel foi difícil para ela, a atriz não conseguiu protagonizar por muito tempo, devido a sua instabilidade emocional e as pressões que sofreu durante a sua carreira.

Rosângela D. Canassa

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