Análise do filme HELENA DE TRÓIA: o amor de Helena e Páris em tempos de guerra

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Cartaz do filme

A guerra de Tróia é um conjunto de episódios importantes que sobreviveram na mitologia grega; os eventos que causaram a guerra e aqueles que se seguiram estão combinados num grupo de estórias conhecidas como o “Ciclo Troiano” que tinha basicamente três assuntos: 1) a vida dos pais dos heróis e tudo o que aconteceu antes da guerra; 2) a guerra de Tróia; 3) a queda de Tróia e o destino dos heróis após o fim da guerra, no caso dos Gregos, o retorno às suas cidades natais.

A Ilíada é um poema extenso (composta de 15.693 versos) e possui uma grande quantidade de personagens da mitologia grega e antes de virar livro, era cantada, freqüentemente com acompanhamento de algum instrumento musical, o que chamos de rapsódia. Os poetas ou cantores chamavam-se aedos ou rapsodos, segundo a adaptação da Ilíada, de Bruno Berlendis de Carvalho. (Carvalho, 2002, p. 10)

Segundo Carvalho, entre os anos 1.000 e 800 a . C., a Grécia não era um país, um reino só, mas lá se reuniam vários reinos diferentes, uns maiores outros menores. E Micena era a cidade mais importante da Grécia, tanto que os estudiosos chamam este período da história grega de época da “cultura micênica”.

Os gregos antigos não se percebiam como gregos ou helênicos, mas sim como aqueus, cujo povo era composto por diversos reinos que tinham uma língua e uma cultura, razoavelmente compartilhadas. Os aqueus são chamados de “Dânaos” por Homero.

Os gregos acreditavam que a guerra de Tróia era um fato histórico ocorrido durante o período micênico, durante as invasões dóricas, por volta de 1200 a.C. Entretanto, há na Ilíada descrições de armas e técnicas de diversos períodos, do micênico ao século VIII A. C., indicando ser este o século de composição da epopéia.

Até a descoberta do sítio arqueológico na Turquia, em Anatólia, se acreditava que Tróia era apenas uma cidade mitológica, segundo pesquisas arqueológicas.

A Ilíada influenciou fortemente a cultura clássica, sendo estudada e discutida na Grécia e posteriormente, no Império Romano. Sua influência pode ser sentida nos autores clássicos, como na Eneida, de Virgílio. Até hoje é considerada uma das obras mais importantes da literatura mundial.

O filme inicia apresentando a cidade de Tróia que fica em um pequeno planalto do país da Frígia, na Ásia Menor, ao lado do mar Egeu. À distância, pode-se ver as águas estreitas do Helesponto. E do outro lado do mar, encontra-se a Grécia.

A cidade é governada pelo rei Príamo e pela sua esposa, a rainha Hécuba. O casal tem quatro filhos: Heitor (casado com Andrômaca), Polidoro, Páris e a menina Cassandra, que possui o dom da profecia.

Na primeira cena, o rei Príamo despede-se de seu filho Páris que deseja partir para Esparta para selar um acordo de paz. Mas todos acham que é apenas um sonho e que ele jamais conseguirá esta proeza. Cassandra pede ao irmão que não siga para Esparta, pois Tróia correria um sério risco de guerra, segundo suas previsões.

 

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Páris e Cassandra

Cassandra tem visões trágicas e deprimentes em relação à cidade e adverte a família real e ao povo. Mas, a família real diz que a menina (em torno de 14 anos neste filme) sofre de “problemas mentais” e despreza suas previsões.

Conta a lenda que Cassandra não era terrena e, certa vez, o deus Apolo a cortejou e ela o rejeitou. Entretanto, o seu excepcional dom de vidência desenvolvia-se e o deus a castigou fazendo com que ninguém acreditasse em suas previsões. E assim aconteceu. Voltemos ao filme.

Páris não dá ouvidos à irmã e, após se despedir de todos, lança seu navio ao mar com destino à Esparta. Durante a travessia, ocorre uma grande tempestade, ele é jogado ao oceano e desaparece. Na manhã seguinte, após a tempestade, ele acorda em uma praia desconhecida.

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Páris

De repente uma mulher se aproxima e Páris acorda muito confuso chamando-a de Afrodite, que é a deusa do amor. A moça muito bonita disfarça, diz que é apenas uma escrava e ele desmaia novamente.

 

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Helena

Neste momento, alguns soldados se aproximam e a moça esconde o corpo do rapaz. O marido dela, Menelau, rei de Esparta envia os seus soldados para buscar a esposa, justificando que há troianos pela praia e ela corre perigo, mas Helena pede aos soldados para irem embora e os ignora.

Helena leva Páris até uma cabana, onde obtém os cuidados de Andraste e de outros escravos. Quando ele acorda, Helena o questiona acerca do que faz ali na praia. Páris conta-lhe que foi lançado ao mar pela tempestade e veio em missão diplomática à Esparta para propor um acordo de paz; diz também que seu objetivo é ir até o palácio para falar com o rei. Helena responde-lhe que já está em Esparta e tenta persuadi-lo a não ir ao encontro de Menelau porque seria perda de tempo.

A partir deste momento, nasce entre ambos uma irresistível atração que não conseguem esconder. As setas de Eros, filho de Afrodite, acertam o casal, porque ninguém, mortal ou imortal, pode resistir à força da deusa do amor.

Páris pensa que Helena é apenas uma escrava e que mora naquela cabana, desconhecendo sua verdadeira identidade.

À noite, no palácio, o rei se reúne com o seu conselho composto por Agamennon (rei de Argos), o sábio Nestor, Ulisses (rei de Ítaca), o grande Ajax, Aquiles e seu amigo, Pátroclo. Menelau tenta convencer a todos para atacarem a rica Tróia, com o objetivo de obter os seus espólios, mas os conselheiros não concordam com ele, com a justificativa de que não existem motivos éticos para o ataque.

O rei de Esparta mostra restos do navio troiano encontrados pelos seus soldados, quando foram buscar Helena e insiste em que serão atacados se não tomarem as providências.

Neste instante, apresenta-se Páris, que explica o motivo de sua chegada, desculpando-se pelos seus trajes e conta que fora lançado ao mar durante a travessia, rumo à Esparta.

Todos olham para ele com desconfiança, os gregos não acreditam que ele é um príncipe troiano e rejeitam o acordo de paz, acusando-o de impostor.

Páris propõe outro acordo: se lutar com Ajax e ganhar, o acordo será selado e eles acreditarão na sua identidade.

O conselho concorda e a luta começa. Com dificuldade, Páris vence Ajax, enquanto Helena assiste a luta escondida em um canto da sala e pronuncia o nome de Páris. O seu marido, muito perspicaz, percebe a presença dela e o seu interesse pelo visitante.

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Máscara grega

Menelau, fingindo que aceita a derrota de Ajax, pede ao troiano que fique e descanse para conversarem, no dia seguinte, sobre o acordo de paz. O rei oferece-lhe uma escrava para ele se divertir e Páris diz que aceita a escrava, mas já tem uma escolhida. Surpreso, é interrompido por Helena, que entra na sala tratando-o com grosseria, para disfarçar sua afeição por ele.

Páris então descobre a verdadeira identidade de Helena: ela é a rainha de Esparta, casada com Menelau.

Nos aposentos da rainha, o marido questiona a sua relação com Páris e Helena nega que já o conhecia. Menelau não acredita e diz que vai torturar e matar o seu convidado e sai, batendo a porta, furioso.

Helena pede à sua escrava, Andraste, que auxilie Páris na fuga e que deve ser imediata. A escrava procura Páris, conta-lhe que é cativo e que o rei pretende matá-lo no dia seguinte. Ambos fogem do palácio e se escondem na cabana da antiga babá de Helena, chamada Cora, onde o estrangeiro foi encontrado, desmaiado.

A senhora ajuda-o a se disfarçar, com uma vestimenta de pescador e Páris caminha até à praia à espera de uma embarcação que Helena providenciou.

O casal se encontra entre os rochedos, com vista para o mar, em uma linda cena noturna.

 

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Helena (Sir Edward Poynter)

 

Mas, enquanto eles se despedem, são flagrados pelos soldados de Menelau, que tentam prender Páris. Ele resiste e atira-se ao mar, levando Helena. Ambos nadam até o barco e fogem mar adentro.

Os soldados retornam ao palácio e contam a Menelau que Páris raptou Helena e o rei, furioso, ordena aos seus conselheiros para partirem imediatamente atrás do casal. Diante dos fatos, Menelau organiza um grande exército (mais de cem mil homens).

O exército é composto pelos mais famosos reis e guerreiros arqueiros. O chefe da expedição é Agamennon, auxiliado por Ulisses, Aquiles, Ajax e Pátroclo. Neste episódio, há uma grande disputa entre Aquiles e Agamennon para chefiar o exército e esta desavença quebra as boas relações entre ambos.

 

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Navio grego rumo à Tróia

Nesta versão cinematográfica não há menção sobre o sacrifício de Ifigênia, filha de Agamennon e Clitemnestra.

Conta a lenda que, com a ausência de ventos propícios, os navios não podem partir para Tróia. Então, Agamennon prepara-se para sacrificar sua filha Ifigênia, conforme imposição da deusa Atena, credora de uma dívida não paga por esse rei.

O adivinho Cauchas anunciara que a ira da deusa somente poderia ser aplacada pelo sacrifício de uma virgem, em seu altar, e que somente seria aceitável a filha do ofensor. Agamennon, embora relutante, dá seu consentimento e a donzela é enviada ao pai, sob o pretexto de se casar com Aquiles.

No momento do sacrifício de Ifigênia, a deusa abrandou-se e arrebatou-a, deixando em seu lugar uma vitela, e a donzela envolta em uma nuvem é levada a Táuris, onde Ártemis transformou-a em sacerdotisa do seu templo.

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Sacrifício de Efigênia

Assim, o vento começou a soprar favorável e a frota zarpou e levou as tropas à costa de Tróia, iniciando a guerra.

Na imolação de Ifigênia, uma vítima inocente, há muita pressão dos outros comandantes para que Agamennon permita o sacrifício; ou então, ele correria o risco de ser destituído do cargo de comandante por Palamedes, bem como, deixaria os gregos humilhados diante da ofensa do rapto de Helena.

A esposa de Agamennon, Clitemnestra, jamais aceitou a perda de sua filha amada, sacrificada, algo abominável e sem seu consentimento. A partir deste momento, a esposa rejeita totalmente o marido, por ter assassinado a própria filha.

Voltemos ao filme: Páris, ao retornar a Tróia com Helena recebe uma grande homenagem dos cidadãos troianos e de sua família.

 

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Helena e Páris retornam à Tróia

Todos julgavam que ele estivesse morto por causa da tempestade que caiu sobre seu navio e ele desapareceu até então.

Páris apresenta Helena a seus pais e, quando estes percebem que ela é casada e rainha de Esparta, deflagra-se um mal-estar na família real.

O rei Príamo reúne seu conselho e pede maiores explicações a seu filho. Páris se defende dizendo que não raptou Helena, justifica que ela salvou sua vida e ele não poderia deixá-la em Esparta, porque o marido iria puní-la.

O rei o repreende e diz que cometeu um erro fatal, que pode provocar uma guerra sem precedentes. A rainha Hécuba pede que ele devolva Helena ao marido imediatamente, mas Páris muito apaixonado recusa-se a atendê-la.

A notícia se espalha rapidamente em Tróia e os cidadãos seguem até o palácio cobrando explicações ao rei, revoltados com a atitude de Páris e de Helena.

Na noite seguinte, ao longe, todos vêem a chegada dos navios gregos, sendo impossível de calcular o número de barcos. Os troianos recolhem-se atrás das muralhas da cidade e ficam a observar o exército inimigo que chega e estabelece o seu acampamento, desembarcando as provisões, os cavalos e os carros de guerra.

No dia seguinte, todos os homens trabalham dia e noite, preparando armas, sob o comando de Agamennon.

Assim, Tróia começa a se preparar para uma guerra causada por “um rosto que fez perder mil navios”, conforme as palavras do rei Príamo.

 

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Um rosto e mil navios

Nesta versão cinematográfica, a primeira batalha é vencida por Heitor, mas é vencida apenas uma batalha, não a guerra. Em contrapartida, Polidoro, filho de Príamo, é assassinado durante a luta.

Em uma vingança sangrenta, os troianos assaltam e destroem os acampamentos gregos, na calada da noite, num protesto pela morte de Polidoro. E como desforra, os gregos começam a saquear as cidades vizinhas em busca de comida e mulheres, trazendo-as para seus acampamentos como escravas sexuais.

 

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Heitor vence a primeira batalha da guerra

Uma desavença entre Aquiles e Agamennon pela posse de uma escrava faz com que Aquiles se retire da guerra, acompanhado de seus soldados, chamados os mirmidões.

Helena desespera-se quando percebe que os troianos não aceitam mais Páris e decide retornar ao marido, para que a paz se estabeleça definitivamente. Um arauto troiano é enviado ao acampamento grego para levar a decisão da rainha de Esparta a Menelau.

Ele aceita prontamente sua volta, mas tem um plano de vingança em segredo. No dia marcado, ela é devolvida ao marido, só que ele, indignado, começa a dizer impropérios a Heitor, responsável pela restituição de Helena.

Ambos começam a brigar e são surpreendidos pela presença de Páris que rapta Helena novamente e acompanhado de seus soldados.

Menelau e Pátroclo seguem no encalço dos troianos. Mas, o amigo íntimo de Aquiles, morre ao ser atingido por uma lança atirada por Páris, fazendo que Menelau desista de ir atrás deles.

Ao retornarem, o rei Príamo após ouvir o relato de Heitor, de como tudo aconteceu, chega à conclusão que os gregos não querem justiça, mas sim, os espólios de sua querida cidade e que Helena é apenas um pretexto para toda aquela guerra infeliz.

Cassandra vaticina que a culpa é da deusa Atena e não de Helena. E finalmente, todos concordam com a vidente e proclamam Helena, a princesa de Tróia.

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A paixão de Helena e Páris 

 

O acontecimento da morte de Pátroclo deixa Aquiles enfraquecido, dominado pela dor e saudade do amigo. Passado algum tempo, movido pelo rancor contra os troianos, ele resolve vingar-se, retornando aos campos de batalha e desafia Heitor para uma luta.

 

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Aquiles chora a morte de Pátroclo

Páris tenta impedir, afinal foi ele quem matou Pátroclo e não o seu irmão. Mas, o príncipe chega tarde, diante dos muros de Tróia, Aquiles e Heitor já se defrontam. E Páris vê o irmão cair morto pelas mãos de Aquiles.

Aquiles, não satisfeito, amarra o corpo de Heitor em seu carro e o arrasta, desfilando em frente ao portão da cidade de Tróia, três vezes, num espetáculo de horror que a família de Príamo assiste com desolação. A esposa de Heitor, Andrômaca, desmaia nos braços de suas servas ao ver o corpo do marido sendo dilacerado depois de morto.

Páris pede a Zeus que lhe indique o ponto fraco de Aquiles e acerta a sua flexa envenenada no calcanhar do guerreiro. Aquiles cai no chão, bate a cabeça em uma pedra e morre.

Conta a lenda que Aquiles era o maior dos guerreiros gregos e sua mãe era a nereida Tétis. Ela quis torná-lo imortal e invulnerável como ela. Para isso, fez uma longa viagem com o filho, ainda bebê, até ao Mundo Inferior e o mergulhou nas águas mansas do Estige, segurando-o pelos calcanhares. Mas os calcanhares ficaram secos e continuaram vulneráveis. E quando Tétis ouviu contar que Helena tinha sido levada para Tróia, ficou muito preocupada com a segurança do filho; foi ao monte Pélion e o entregou aos cuidados do centauro Quíron, que tinha treinado tantos heróis do passado e agora, cuidaria da educação de Aquiles.

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A educação de Aquiles e o centauro Quíron

O centauro é um ser fabuloso, meio homem e meio cavalo, que se supunha nascido de Centauro e das éguas de Magnésia. Do ponto de vista simbólico, constitui a inversão do cavaleiro, quer dizer que o elemento inferior (força cósmica não dominada pelo espírito; instintos; inconsciente) tem pleno domínio, segundo o dicionário de símbolos. (Cirlot, 1984, p. 150)

A mãe lançou um feitiço sobre o filho vestindo-o com trajes de mulher para não descobrirem sua verdadeira identidade e navegou com ele até a ilha de Squiro, apresentando-o ao rei Licomedes como sua filha. E deixou-o lá aos cuidados do rei.

Tétis sabia que seu filho estava destinado a morrer diante de Tróia se participasse da guerra. Por isso, tratou de evitar que ele integrasse a expedição, mandando-o para a corte de Licomedes, convencendo-o a esconder Aquiles, entre suas filhas e disfarçado de mulher.

Agamennon mandou procurar Aquiles porque, segundo o adivinho Cauchas, Tróia não cairia enquanto Aquiles não estivesse entre os guerreiros gregos. Por fim, correu a notícia de que Aquiles estava na corte de Licomedes, em trajes de mulher. Por um estratagema de Ulisses, conseguiram encontrar Aquiles, que de boa vontade, se despediu das roupas femininas e partiu com o exército rumo à Tróia.

Segundo a lenda, o grande Ulisses também teve problemas para se juntar à expedição, porque tinha se casado apenas havia um ano e não queria deixar a mulher, Penélope e o seu filho.

Palamedes foi mandado para lembrar-lhe de seus compromissos. Quando Palamedes chegou a Ítaca, Ulisses fingiu-se de doido, atrelando ao arado, um burro e um boi e pôs-se a semear sal na terra. Para experimentá-lo, Palamedes colocou o filhinho de Ulisses, Telêmaco, em frente do arado, o que levou o pai a desviar-se para não o matar, mostrando assim, claramente, que não estava louco e que, portanto, não podia se negar a cumprir a tarefa de juntar-se aos chefes das cidades-estado gregas.

Depois disso, os soldados entraram em seus navios e desfraldaram as velas brancas e lentamente a expedição saiu da baía e navegou sobre o vasto mar Egeu, a caminho de Tróia.

Depois da morte de Aquiles, a guerra de Tróia torna-se um jogo incentivado pelo egoísmo e vaidade de seus comandantes gregos que decidiam quem teria mais poder. E o desgaste entre eles foi inevitável.

Ulisses resolve seguir os conselhos da deusa Atena e ele constroe um grande cavalo, oco e de madeira, por meio do qual os gregos conseguem penetrar Tróia. Alguns soldados se escondem no interior do cavalo, que é abandonado em frente ao portão, do lado de fora da cidade. Enquanto isso, as naus gregas se afastam das praias de Tróia e aguardam em uma ilha próxima, um estratagema para seus comandantes fingirem que voltavam para casa.

Persuadidos por Sínon, que se fazia passar por desertor grego, os troianos trouxeram o cavalo para dentro da cidade e felizes com a partida dos navios dos inimigos, pois eram cativos dentro da própria cidade. Inicialmente eles estranham aquele monumento, mas depois acreditam que era apenas um presente dos gregos e uma homenagem à deusa Atena.

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O cavalo de Tróia – cena do filme

Cassandra, Helena e Páris percebem intuitivamente algo estranho e pedem que o cavalo seja queimado imediatamente, mas o cavalo impressionou a todos, com sua imponência e magnitude. E deste episódio surgiu a expressão: “presente de grego”.

Os moradores da cidade comemoram, bebem e dançam até o anoitecer, e quando a madrugada chega, o inferno se abre e o Hades engole Tróia. Os soldados que estão dentro do cavalo, por uma abertura na barriga, descem sem fazer ruído e cinqüenta guerreiros gregos, mais audazes, saltam para o chão. Alguns deles correm imediatamente para os portões dos muros da cidade para avisarem seus companheiros para entrarem, enquanto outros, seguem para o palácio real e começa a carnificina.

O plano esperto de Ulisses dá o resultado que ele previa. Os soldados gregos atacam a todos que ainda dormiam, embriagados. Matam, saqueiam e levam as mulheres mais bonitas para se tornarem suas escravas, inclusive Cassandra e Andrômaca. Ainda não satisfeitos, os gregos incendiam Tróia e a maior parte de seus habitantes é morta ou conduzida como escravos. O rei Príamo e a esposa são degolados, enquanto Páris, ao defrontar-se com Menelau, sofre um golpe de espada de um soldado grego, caindo morto ao lado de Helena.

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Confronte de Páris e Menelau – cena do filme

Quanto a Menelau, ao deixar as praias de Tróia, jura a si mesmo que reconquistaria Helena, amando-a sem fazer perguntas, porque nada mais importava; ela estava ao seu lado. O rei vencedor carrega Helena, que chora muito a perda do seu amante e partem para Esparta.

Referência bibliográfica:

1) BRANDÃO, Junito de Souza. Helena – o eterno retorno. Petrópolis: Vozes, 1989.

2) CARVALHO, Bruno Berlendis de. Ilíada/Homero. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2002

3) CIRLOT, Juan-Eduardo. Dicionário de Símbolos. São Paulo: Editora Moraes Ltda, 1984.

4) FAUX, Dorothy Schefer (et alii). Beleza do Século. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2000.

5) JOHNSON, Robert A . Feminilidade – perdida e reconquistada. São Paulo: Mercuryo, 1991.

6) JOHNSON, Robert A. She: a chave do entendimento da Psicologia Feminina – uma interpretação baseada no mito de Eros e Psiquê. 2. edição. São Paulo: Mercuryo, 1984.

7) McLEAN, Adam. A Deusa Tríplice: em busca do feminino. São Paulo: Cultrix, 1998.

8) MORENO, Cláudio. Tróia: o romance de uma guerra. Porto Alegre: L&PM, 2004.

9) STEPHANIDES, Menelaos. Ilíada: A Guerra de Tróia. São Paulo: Odysseus, 2000.

10) ______________________. A Odisséia. São Paulo: Odysseus, 2000.

11) _______________________. Os Deuses do Olimpo. São Paulo: Odysseus, 2001.

Imagens:

BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia: histórias de deuses e heróis. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

Site consultado/imagens:

www.google.com.br

Ficha técnica:

Título: Helena de Tróia

Gênero: épico

Ano: 1955

Roteiro: John Twist e Hugh Gray

Direção: Robert Wise,

Elenco: Rossana Podesta (Helena), Jacques Sernas (Páris), Brigitte Bardot (Andraste), Sir Cedric Hardwicke (Príamo), Harry Andrews (Hector), Janette Scott (Cassandra), Niall Mac Ginnies (Menelau), Nora Swinburne (Hécuba), Robert Douglas (Agamennon), Stanley Baker (Achilles) e Torin Thatcher (Ulysses).

Comentários

cesaraprendiz disse…
Colaboro informando que encontrei este filme - helena de troia - na íntegra - disponibilizado pelo youtube - 2h54min. Parabéns pela sua análise.

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