Um filme por dia 2017 - 15/07 - A Ilha - Uma Prisão sem Grades (2008)



Título original: Boot Camp
A Ilha - Uma Prisão sem Grades mostra jovens que por motivos comportamentais - uso de drogas, comportamento violento, promiscuidade - são enviados pelos próprios pais a um programa de reabilitação radical em uma ilha isolada, uma mistura de disciplina militar com uma versão brutalizada de terapia em grupo, onde quem não quer falar publicamente assumindo seus supostos erros é espancado pelos outros participantes.
O filme inicia com um texto explicando que tudo aquilo baseia-se na realidade e que há diversos desses campos de reabilitação espalhados pelos Estados Unidos. Esse início já antecipa o que vem a seguir, a manipulação descarada da audiência, desrespeitando qualquer lógica e demonstrando um alto grau de moralismo, ainda que dissimulado. Por exemplo a protagonista Sophie (Mila Kunis) usa drogas, aparentemente não trabalha nem estuda e é um estorvo para os pais, mas ela recusa-se a transar com o namorado, afinal a heroína deve ser pura. Já Trina (Regine Nehy) é apenas uma vítima do fanatismo religioso dos pais, mas como transou com vários rapazes o filme a pune, sendo ela uma das personagens que mais sofre no campo de reabilitação. A obra parece criticar os tais campos mas acaba deixando as coisas ambíguas ao mostrar comportamentos realmente reprováveis dos jovens ao longo da estória. Essa dubiedade poderia até ser positiva, mas da maneira como tudo é mostrado parece aprovar de certa forma os métodos violentos e fanáticos do campo.
Com trechos mais pesados e outros até parecendo um videoclipe, A Ilha acaba sendo irregular e com roteiro preguiçoso, caindo na tentação de vícios antigos do cinema, ao ponto de uma personagem poupar um vilão em certo ponto com a batida frase "Se fizermos isso seremos iguais a ele". Talvez o filme funcione para alguns, que com menos bagagem de filmes vistos acabem embarcando na ilusão artificial criada pela obra, podendo estes até mesmo vibrar com o seu óbvio final de punição dos maus. Eu também vibrei quando o filme acabou, mas não por ter gostado da sua conclusão.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio

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