Um filme por dia 2017 - 20/07 - Primer (2004)



Título original: Primer
Ao se buscar "Primer 2004" no google obtém-se em igual quantidade imagens do filme e gráficos tentando explicar os seus eventos. Isso mostra o quanto a obra é confusa e evidencia o seu fracasso em tentar contar uma estória complexa.
Primer conta uma estória batida, a invenção de uma máquina do tempo, em um formato um pouco diferente do habitual - não há cientistas malucos ou grandes empresas por trás da empreitada, mas nerds trabalhando em garagens tentando criar patentes para ganhar dinheiro e acabam inventando acidentalmente a máquina. Como todo filme que envolve viagens no tempo a estória é interessante pela sua própria natureza, mas quando os amigos Aaron (Shane Carruth) e Abe (David Sullivan) começam a utilizar a máquina é extremamente difícil acompanhar o que está acontecendo, pela total inabilidade dos realizadores do filme de contar uma estória que não necessite de um diagrama para que ela seja entendida. Elementos surgem do nada, como a informação repentina de que outra pessoa utilizou a máquina sem permissão e no final das contas pouca coisa faz sentido - ao final conclui-se que as viagens no tempo criaram duplos dos viajantes mas por que um só par? Pelo número de viagens - feitas apenas para ganhar dinheiro na bolsa de valores - deveria haver vários duplos simultaneamente.
Toda a minha interpretação pode até ser errada por problemas de entendimento, afinal assisti ao filme sem consultar o seu manual de instruções. Primer acabou tornando-se cult não por conta da sua qualidade, quase amadora em vários momentos, mas por sua complexidade e necessidade de explicações e interpretações. Se esse era o objetivo, Primer o alcançou com sucesso; se a meta, porém, era fazer um bom filme, isso ele não conseguiu em nenhuma de suas linhas temporais.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio

Comentários

Todas as tuas dúvidas estão claramente explicadas no filme.

Nas viagens planejadas de Aaron e Abe o duplo existe apenas durante o tempo entre a saída dos viajantes da Caixa e a entrada dos seus originais na mesma.

A duplicação permanente ocorre quando o viajante retorna e, por alguma razão, o seu original não repete o ato de entrar na Caixa. Abe acaba duplicado, enquanto Aaron é triplicado.

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