Dark e 1899 séries na Netiflix
Primeira série alemã Dark começou a ser “vendida” como
uma nova Stranger Things, lá em 2017. A produção conseguiu facilmente se
livrar desse rótulo e deu uma abordagem bastante criativa para um tema que já andava
batido nas obras de ficção: a viagem no tempo. Na série alemã Dark, de
Baran bo Odar e Jantje Friese, o desaparecimento de crianças em uma pequena
cidade é o foco dos acontecimentos com as suspeitas de que os sumiços estejam
relacionados a outros crimes ocorridos em décadas anteriores e a um acidente em
uma usina nuclear no passado. A trama, que mistura suspense com ficção
científica, logo revela um mistério que deixa a pequena cidade no centro de um
nó no próprio tecido do tempo. Duas temporadas disponíveis na Netiflix.
1899 a série foi idealizada pelos mesmos criadores de Dark,
Baran bo Odar (diretor) e Jantje Friese (roteirista), que contam sobre um navio
cheio de passageiros, que é desviado para tentar resgatar outro que está
desaparecido há quatro meses no meio do Oceano Atlântico. O capitão (Andreas
Pietschmann) vai gerar desentendimentos e desconforto tanto entre a tripulação
quanto entre os passageiros, levando-os à rebelião.
Enquanto isso, uma das passageiras (Emily Beecham) tenta
desvendar o mistério do navio desaparecido através das pistas que recebeu em
uma carta de seu irmão. Maura Henriette Franklin (nome de nascimento Maura
Singleton) é uma médica especializada no cérebro humano e uma das primeiras
mulheres a estudar medicina na Inglaterra. Maura embarca no Kerberos mirando em
Nova York, onde ela espera encontrar seu irmão desaparecido e praticar
medicina, algo que ela não podia fazer na Inglaterra na época. No entanto, a
personagem logo percebe que tudo o que ela experimentou desde o embarque no
navio não é real e que ela e os outros passageiros foram presos em uma
simulação. Simulações são construções da realidade. A viagem da Europa para a
América foi uma simulação controlada por Ciaran Singleton para um experimento
conhecido como Projeto Prometheus.
O livro que aparece de vez em quando em seu camarote é O
Despertar de Kate Chopin, este livro é sobre uma mulher casada, que busca
sua liberdade plena, mas foi massacrado pela crítica e taxado como um livro
mórbido e vulgar quando publicado em 1899, por abordar temas como sexualidade
feminina, maternidade e infidelidade. Banido por décadas, foi redescoberto em
1970 pelo movimento feminista e é hoje considerado uma das obras essenciais da
literatura norte-americana.
A história no navio abrange uma estética de época mostrada
pelos figurinos e a fotografia é de Nikolaus Summere. A quantidade de
informações, seja na forma de números, símbolos, flashbacks e outros pequenos
detalhes, exige atenção em cada capítulo para tentar antecipar o mistério que
envolve as naves Kerberos e Prometheus.
Na mitologia grega, Kerberos se refere ao cão de três cabeças
de Hades, que era conhecido por guardar os portões do submundo para evitar que
os mortos escapassem. E Prometheus é um grande navio migrante, que se perdeu no
mar e que a vida de 1.400 passageiros e 550 tripulantes desaparecerem sem
explicação. No entanto, quando o navio reaparece repentinamente durante a
viagem do Kerberos para a América, surgem ainda mais questões. O Prometheus
também é uma estação no espaço.
Destaque também para a trilha sonora original composta por
Ben Frost (mesmo compositor de Dark) e os capítulos finais com músicas de Black
Sabbath, David Bowie e Deep Purple, entre outros clássicos dos anos 60, 70 e 80.
Temporada
1
·
O navio
·
o menino
·
A luta
·
A chave
Ficha técnica:
Título: 1899 (temporada
1)
Ano: 2022
Direção: Baran Bo Odar
Duração: 400 minutos
Gênero: ficção científica
Países: Alemanha e Estados Unidos da América
Disponível: Netiflix
Postado em 28/12/2022
Rosangela Canassa
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