O FILME MADAME BOVARY DE CLAUDE CHABROL E HISTÓRIA DE UM ADULTÉRIO





 


O filme Madame Bovary (1991) foi adaptado da obra de Gustave Flaubert e conta a história de Emma Bovary, no século XIX, na França. O livro desse escritor reflete o espírito de seu tempo, bem como, a narração de coisas, objetos e as raras ações de seus personagens. Por outro lado, as portas que mantinham as vidas das elites afastadas da vida trivial sucederam-se outras portas, que mantêm essa vida cotidiana afastada dos segredos ocultos da sociedade.

Assim, por si só, os autores do século XIX embaralham as relações entre o dentro e o fora, entre nobre e vulgar, colocando sob o olhar da ciência positivista os salões de bailes frequentado pelas elites ou oferecendo um olhar do artista de um quadro ou de um apaixonado pela poesia, mas bem distantes da face obscura dessa sociedade francesa.

A literatura de Flaubert: “Não foi mal concebida ou mal escrito; diz que ele é semelhante a seu tempo, os personagens entre janelas e portas, descreve o mundo sensível de Bovary” (Rancière, 2021, p. 20).

Desse modo, pode-se perceber que as novas formas de contar história, que surge na literatura do século XIX ao descrever sobre a contemplação e a ação, entre o fictício e o real. Isso se deve ao regime que atesta como singular o embaralhamento dos tempos e a fissura entre o tipo de realidade, a causalidade e a própria temporalidade da história.  

E Emma Bovary foi um exemplo desse tempo, a personagem entediada, ela se casa com um médico que trata da saúde de seu pai. Mas, logo se cansa da vida sem emoção e vai buscar um amante como uma válvula de escape para a sua vida doméstica, encarcerada num ambiente entre janelas e vidros.

 

Ficha técnica:

Título: Madame Bovary

Direção: Claude Chabrol

Ano/país: 1991 – França

Elenco: Isabelle Huppert, Jean-François Balmer e André Thorent

Onde: You Tube




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