Um filme por dia 2017 - 25/11 - Com Amor, Van Gogh (2017)



Título original: Loving Vincent
O que torna Com Amor, Van Gogh uma obra única é a sua fotografia totalmente feita através da técnica de rotoscopia (animação tendo como base material filmado), o que transforma os planos em uma sequência de quadros de Van Gogh animados, criando um visual deslumbrante e nunca visto. Mesmo outros filmes trabalhados com a mesma técnica, como por exemplo O Homem Duplo de 2006, não produzem efeito tão impactante.
A trama segue Armand Roulin (Douglas Booth) que parte em missão para entregar uma carta do já falecido Vincente Van Gogh (Robert Gulaczyk) para o irmão do pintor, Theo (Cezary Lukaszewicz). Durante a jornada, Armand conversa com pessoas que se relacionaram com Van Gogh e através dos relatos reconstrói as últimas semanas de vida do artista, exibidas utilizando-se de flashbacks para as diferentes versões. O formato adotado é o ponto fraco da obra: provoca quebra no ritmo, transforma Armand Roulin em uma espécie de detetive amador e principalmente as versões são muitas semelhantes - o que acaba as tornando redundantes - e em preto e branco, ao contrário da parte do filme que se passa no presente diegético, tendo pouco impacto visual.
As sequências em preto e branco tem duas explicações possiveis: aumentar o impacto das coloridas (o que julgo desnecessário já que elas são fantásticas e não precisam de destaque artificial) ou foram feitas desta forma por conta de limitações de orçamento e prazo. Explico: as cenas em preto e branco tem o visual bem mais simples e podem muito bem ter sido finalizadas de forma automatizada, por sofwares que as deixaram com aparência de pinturas; já as coloridas foram pintadas a mão por cerca de 100 artistas emulando o estilo de Van Gogh - possivelmente seria inviável realizar o filme todo com o visual colorido proposto.
Mesmo com uma estrutura que não me agrada, o trabalho envolvido e a atenção aos detalhes em Com Amor, Van Gogh impressionam. Cerca de 100 pinturas do artista são retratadas, além do visual dos personagens, todos retirados de quadros de Van Gogh. Mesmo se não tivesse estória ou diálogos, Com Amor, Van Gogh ainda seria digno de aplausos.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio



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