Um filme por dia 2017 - 04/11 - O Homem do Sputnik (1959)



Título original: O Homem do Sputnik
O Homem do Sputnik é uma das grandes comédias da produtora brasileira Atlântida, protagonizada pelo famoso comediante Oscarito e presente na lista dos 100 melhores filmes brasileiros da Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema).
O satélite russo Sputnik cai no galinheiro do simplório Anastácio Fortuna (Oscarito), o que transforma a vida do homem que passa a ser uma celebridade, além de ser perseguido por norte-americano, soviéticos e franceses que querem tomar o artefato. O humor da obra pode parecer desgastado hoje, já que a sua forma de fazer rir, com humor físico, caretas e piadas de costumes, foi utilizada à exaustão principalmente pela televisão até os dias atuais. Não à toa vemos no filme figuras que fizeram muito sucesso em programas de humor como Jô Soares, Tutuca e Zezé Macedo, todos eles levando para a televisão a fórmula refinada pelo diretor Carlos Manga na Atlântida.
Chama a atenção a atuação de Norma Bengell como BêBê, uma óbvia sátira de Brigitte Bardot; outro destaque é a representação caricata dos estrangeiros, da mesma forma que os filmes de Hollywood fazem com os brasileiros e latinos, incluindo uma divertida crítica à política de boa vizinhança do governo norte-americano - aquela, que até gerou o personagem Zé Carioca.
Durante boa parte do filme o Sputnik funciona como um MacGuffin - objeto que movimenta a trama mas tem pouca ou nenhuma importância dentro dela - e poderia ser um poço de petróleo, um diamante ou informações secretas roubadas de um espião. O satélite só ganha importância no final surpreendente, criativo e difícil de se antecipar, coroando a qualidade dessa obra desprezada pelo público moderno e que merece ser redescoberta.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio



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