Um filme por dia 2017 - 13/11 - O Exorcista (1973)
Título original: The Exorcist
Até hoje, mais de 40 anos depois, O Exorcista ainda é assustador e não só por conta das cenas extremamente convincentes da possessão de Regan (Linda Blair), mas por toda a atmosfera criada na sua primeira metade que faz que, como o padre Karras (Jason Miller), nos assustemos até com o simples toque de um telefone.
Há outras coisas a se observar em O Exorcista além das bem construídas cenas de horror. Os personagens foram desenvolvidos de forma que cada um tenha o seu próprio demônio: o padre Karras com a perda da sua fé e o sentimento de culpa pelo abandono e falecimento de sua mãe, Chris (Ellen Burstyn) com seu divórcio e a conturbada relação com o ex-marido e pai de Regan, o exorcista Merrin (Max von Sydow) com a morte a sua espreita por conta da doença crônica. A menina Regan, pura e ainda sem temores próprios para se assombrar, foi a vítima perfeita do diabo e o fato da possessão ser em uma criança potencializa o terror e o choque causados por O Exorcista.
Para intensificar ainda mais o medo, várias imagens de demônios são exibidas de forma rápida, quase subliminar. Ao assistirmos no home video a tendência é voltarmos a cena e conferirmos o que achamos ter visto; imagino o efeito disso no cinema, onde seria impossível termos certeza absoluta do que foi exibido, aumentando o desconforto de forma a tornar toda a experiência mais poderosa.
O Exorcista envelheceu muito bem mesmo nos quesitos efeitos especiais e maquiagem, que continuam convincentes mesmo na era digital. O seu ritmo cadenciado, longe de causar monotonia, vai incrementando o incômodo e o pavor na plateia preparando a apoteose do exorcismo do trecho final. Até para os descrentes, que enxergam deus e o diabo como figuras mitológicas, assistir O Exorcista durante a noite e sozinho é um desafio.
Nota: 4/5
Fabio Consiglio
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