Um filme por dia 2017 - 16/11 - O Homem dos Olhos de Raio-X (1963)
Título original: X
Seu sobrenome é Xavier e tem poderes que o permitem enxergar coisas além dos seres humanos comuns. A primeira vista parece ser o Professor Charles Xavier dos X-Men (personagem criado em 1963, outra coincidência) mas na verdade é o Dr. James Xavier (Ray Milland) de O Homem dos Olhos de Raio-X que, através de suas pesquisas com um colírio especial, adquiriu a habilidade de enxergar em outras frequências do espectro além da visível, inclusive frequências altas como a dos raios X.
A obra mostra toda a habilidade do mestre do filme B, Roger Corman, de produzir filmes divertidos com poucos recursos. A limitação é notada nos cenários e locações, o que é compensado pela boa maquiagem principalmente dos olhos transformados de James e pela criatividade, como vemos logo na abertura que já mostra à plateia o que esperar, com um longo plano de quase 1 minuto de um globo ocular humano flutuando na tela - imagino as pessoas gritando ou sentindo desconforto nos drive-ins em 1963. A trama é ágil e com um ritmo excelente, sendo acertada a decisão de manter a sua duração relativamente curta, com apenas 79 minutos. Há uma certa canastrice principalmente na mise-en-scène de algumas sequências, como na luta do Dr. Xavier com o seu colega Dr. Sam (Harold J. Stone) que resulta em um acidente inverossímil e alguns momentos cômicos, como James vendo todos dançarem nus em uma festa, mas no geral a imersão é bem feita e convincente.
O Homem dos Olhos de Raio-X é cheio de boas ideias e podemos até enxergar nele alguns signos filosóficos, principalmente pelo seu final que transmite a ideia de que enxergar absolutamente tudo não e uma boa ideia, nos levando a concluir que conhecimento não é sinônimo de felicidade. Nenhuma novidade, mas nos lembra o que sempre fazemos questão de esquecer na tentativa de sermos felizes.
Nota: 3/5
Fabio Consiglio
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