Um filme por dia 2017 - 12/04 - Os Doze Condenados (1967)



Título original: The Dirty Dozen
Para realizar uma missão suicida durante a Segunda Guerra Mundial doze condenados, a maioria à morte, são recrutados. O Major Reisman (Lee Marvin), indisciplinado mas famoso por seu pragmatismo, é chamado para treinar e liderar os homens nessa tarefa, importante para que o Dia D funcionasse. A premissa é ótima mas o tom inconsistente, às vezes leve demais quase como um filme infantil, entrega uma obra apenas razoável.
Os Doze Condenados segue uma estrutura já vista em outros filmes de guerra: recrutamento, treinamento, simulação e a missão final. Não há problema algum com esse formato mas as mudanças que vemos dentro dele, parecendo até filmes diferentes. No início, a seleção dos condenados sugere um filme pesado, denso; como aquelas pessoas atormentadas conseguiriam trabalhar juntas? Ao iniciar-se o treinamento, pouco a pouco tudo vai ficando mais leve e até mesmo as personalidades dos personagens vai sendo diluída. Aliás, temos doze condenados mas apenas cinco ou seis são realmente apresentados, dos outros sabemos apenas os nomes. O ápice da mudança de enfoque ocorre durante a simulação, onde a obra se torna uma comédia sem muita graça, mas esforçando-se a fazer rir com caras e bocas e situações farsescas. Chegamos finalmente a missão final, onde tudo volta ao clima mais sombrio do início, mas nessa altura não há mais como recuperarmos a carga dramática que ficou esquecida durante uma hora e meia e acabamos não nos importando muito com o que ocorre com os personagens.
Claro que Os Doze Condenados é divertido e pode ser considerado um bom filme. Sua visão crítica para com o exército americano, mostrando que dentro dele há fofocas e intrigas com em qualquer outra empresa, é muito bem vinda. Apenas incomoda o fato de não sabermos exatamente o que estamos vendo: um filme do Michael Bay, do Blake Edwards ou do Sam Peckinpah?
Nota: 3/5


Fabio Consiglio

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