Um filme por dia 2017 - 20/04 - O Planeta dos Macacos (1968)



Título original: Planet of the Apes
Prestes a completar 50 anos, O Planeta dos Macacos continua impactante. Reflete sim o espírito da época, com o mundo em plena guerra fria e ainda assustado com a crise dos mísseis de Cuba, mas é atemporal e provoca reflexões válidas em qualquer tempo.
Desde o início o filme já apresenta conceitos interessantes, mostrando as consequência de se viajar próximo a velocidade da luz: enquanto pouco tempo se passou na espaçonave e sua tripulação, mais de 2000 anos se passaram na Terra.
O astronauta Taylor (Charlton Heston) cai então com sua nave em um planeta dominado por símios, onde os humanos nativos apresentam inteligência rudimentar e nem sequer falam.
A missão dos astronautas não previa volta e Taylor a aceitou pois procurava algo melhor que os seres humanos em algum lugar do universo. O que ele achou se assemelhava terrivelmente à cultura humana, apenas com os papéis invertidos. A fé irracional dos macacos, a agressividade, a verdade ditada por uns poucos cidadãos dominantes, tudo exatamente igual a sociedade humana, até pela sua motivação maior: o medo.
Esse sentimento é a mais sombria ideia abordada por O Planeta dos Macacos: os símios tinham medo do ser humano porque tinham a consciência de que o homem destrói tudo o que toca. Se os macacos permitissem que os seres humanos se desenvolvessem, inevitavelmente eles destruiriam tudo à sua volta. Para os símios, os seres humanos são uma praga e devem ser exterminados.
Chegamos ao impactante final, que me permitirei comentar mesmo sendo spoiler, já que o filme tem quase 50 anos e a sua conclusão é amplamente conhecida. Taylor acreditava que estava em um planeta distante, porém o filme vai dando pequenas dicas de que isso não era verdade. Ao se despedir dos macacos, o orangotango Dr. Zaius (Maurice Evans) diz a Taylor que ele pode não gostar do que ele vai encontrar. Taylor então parte e descobre as ruínas da Estátua da Liberdade, concluindo que sempre esteve na Terra do futuro, destruída por uma guerra nuclear. Os macacos estavam certos desde o início: o planeta Terra e todas as suas espécies ficariam muito melhor sem os seres humanos, que são uma praga cuja extinção não seria sentida por ninguém a não ser por nós mesmos.
Nota: 5/5


Fabio Consiglio

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