Um filme por dia 2017 - 02/06 - Ghoul (2015)



Título original: Ghoul
Mais um filme que, embora não seja exatamente um found footage, têm todas as características desse subgênero, com personagens interpretando cinegrafistas amadores que não largam a câmera nem mesmo sendo esfaqueados ou mutilados. Preguiçoso e sem nenhuma criatividade, Ghoul tem até uma boa premissa, mas ela é anulada frente a banalidade dessa produção dispensável.
Três jovens cineastas norte americanos vão a Ucrânia realizar um documentário sobre canibalismo. Eventos sobrenaturais começam a acontecer, envolvendo o espírito de Andrei Chikatilo, um assassino em série real que foi executado por seus crimes em 1994 na Rússia. O argumento é bom e envolve um criminoso real, o que poderia dar mais profundidade a estória, mas não é isso o que acontece. A inteligência dos espectadores é ofendida cena após cena, com os personagens agindo de forma inacreditável até para um filme que trata do sobrenatural. O que nos resta é torcer com todas as nossas forças para que os desagradáveis protagonistas sejam logo mortos pelo espírito de Chikatilo.
O found footage acabou se tornando uma boa muleta para cineastas pouco talentosos: dispensa decupagem, a tensão é criada facilmente pela permanente câmera subjetiva e qualquer necessidade de um roteiro lógico é substituída pela necessidade de haver sempre um personagem filmando. Perto do final do filme, depois de viver eventos sobrenaturais inacreditáveis, determinada personagem (segurando uma câmera, é claro) diz para outra: "O que você está me contando não faz o menor sentido". Um filme que traz essa frase nessa altura do desenvolvimento da personagem em uma estória de demônios canibais é o que não faz o menor sentido.
Nota: 1/5


Fabio Consiglio

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