Um filme por dia 2017 - 20/06 - A Hora Final (1959)



Título original: On the Beach
O medo do fim do mundo, provocado por uma guerra nuclear, era um pesadelo comum em 1959 durante a guerra fria e A Hora Final nos coloca frente a frente com essa possibilidade.
O Capitão Dwight Towers (Gregory Peck) chega a bordo de um submarino nuclear na Austrália, o único lugar no planeta ainda não contaminado pela radiação provocada por uma guerra nuclear que acabou com toda a vida na Terra. Todos os eventos que ocorrem a partir de então são apenas subterfúgios, distrações para todas aquelas pessoas condenadas que não terão mais do que alguns meses de vida. A Hora Final é lento em alguns momentos, refletindo aquilo que a população de Melbourne está procurando fazer, que é esticar ao máximo os últimos momentos, os últimos prazeres. A obra acerta na sua atmosfera, triste mas evitando o drama excessivo, como se os personagens fossem todos pacientes terminais conformados, aproveitando ao máximo seus dias finais. O filme é um pouco mais longo do que o necessário, principalmente no seu segundo ato, onde é evidente desde o início de que a busca por algum sobrevivente supostamente responsável pelo estranho sinal de rádio não traria nenhum resultado. Por outro lado é extremamente bem produzido, com filmagens de um submarino real, locações e uma surpreendente sequência de corrida de automóveis muito bem realizada. Além disso temos o talento e magnetismo das estrelas do longa, com destaque para Ava Gardner (Moira) e Fred Astaire (Julian) - não posso deixar de citar uma certa canastrice de Anthony Perkins (Peter Holmes), destoando um pouco dos outros.
A conclusão de A Hora Final é longa, mas nesse caso é muito bem justificado pois permite que todos os personagens se despeçam da vida da melhor forma possível - sob suas próprias perspectivas, é claro. É nesse momento que realmente sentimos o peso da tragédia, pois até então a obra havia evitado a todo custo mostrar todo o drama de forma mais gráfica e emotiva. O seu último plano, com a cidade já totalmente vazia mostrando uma faixa com a mensagem There is still time.. brother - Ainda há tempo.. irmão - nos lembra que o que acabamos de ver é apenas um filme, pelo menos por enquanto.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio

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