Um filme por dia 2017 - 04/10 - Sangue de Pantera (1942)



Título original: Cat People
Sangue de Pantera é uma aula de como fazer um grande filme com poucos recursos, usando a criatividade e as técnicas cinematográficas de forma a sugerir muito mais do que mostrar.
Irena (Simone Simon) é uma imigrante morando nos Estados Unidos que se casa com Oliver (Kent Smith). O casamento não vai bem pois a moça não permite que o marido a toque pois ela teme que, ao manter relações sexuais com Oliver, poderia transformar-se em uma pantera e matá-lo, por conta de uma antiga maldição de sua terra natal, a Sérvia. Há algumas cenas com panteras, principalmente enjauladas em um zoológico, mas a maioria da tensão é criada pelas sombras, ruídos e muita sugestão.
Pode-se interpretar a maldição como uma metáfora da repressão às mulheres, que por conta disso cerceavam seus instintos e sentiam medo de obter prazer sexual. O prazer feminino era algo a ser evitado, pois seria antinatural e pecaminoso, transformando as mulheres em feras irracionais. Há um trecho da obra que corrobora essa hipótese, quando o responsável pelas panteras no zoológico comenta com Irena que os felinos são demoníacos, tal qual citado na Bíblia que descreve a besta com a aparência de pantera.
Sangue de Pantera ganhou nova versão em 1982, A Marca da Pantera (em inglês os título são literalmente iguais - Cat People), que não consegue ser tão envolvente e enxuto como o original, cuja duração de apenas 73 minutos é suficiente para desenvolver, contar e concluir a estória.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio



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