Um filme por dia 2017 - 08/10 - O Despertar (2011)
Título original: The Awakening
O ano é 1921 na Inglaterra, onde Florence Cathcart (Rebecca Hall) atua desmascarando fantasmas e sessões espíritas, expondo o caráter fraudulento e nada sobrenatural desses eventos. Ela é chamada para desvendar um caso de aparição fantasmagórica em um internato, onde reminiscências do seu passado retornarão com força a ponto de abalar o equilíbrio emocional e a razão de Florence.
Há dois elementos interessantes, ainda que tangenciais, em O Despertar: o pano de fundo envolvendo a Primeira Guerra Mundial, que agia como um fantasma real na vida dos ingleses e o machismo da sociedade do início do século XX, demonstrado pelo fato de muitos dos personagens assustarem-se mais com a existência de uma mulher erudita do que com espíritos. Descontando-se esses fatores, O Despertar é um filme de terror genérico, utilizando elementos de dezenas de outros filmes como O Sexto Sentido, Os Outros e Espíritos - A Morte Está ao Seu Lado. A obsessão dos realizadores de obras de horror pelo desfecho surpreendente, que também acontece aqui em O Despertar, acaba destruindo qualquer sucessão lógica de eventos dentro do roteiro, que é inflado com sustos e atitudes que não fazem sentido se vistos com a reviravolta final em mente. Outro grande problema é a heroína Florence, cuja segurança oscila de forma errática, sendo muito mais passional e irracional do que seria esperado para uma caça-fantasmas.
Mesmo com pontos positivos, como a competente direção abusando de planos detalhe que de fato ajudam a entender e contar a estória e atuações convincentes, com destaque para a governanta da escola Maud (Imelda Staunton) e o garoto Tom (Isaac Hempstead Wright), o saldo é negativo e O Despertar não é um bom filme; pode servir como um passatempo, mas deixa um gosto ruim se ousarmos pensar racionalmente sobre ele após sua conclusão.
Nota: 2/5
Fabio Consiglio
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