Um filme por dia 2017 - 06/10 - Jogo Perigoso (2017)



Título original: Gerald's Game
Uma brincadeira sexual realizada para apimentar - e tentar salvar - o casamento de Jessie (Carla Gugino) e Gerald (Bruce Greenwood) acaba dando errado e a mulher acaba presa, algemada a uma cama em uma cabana isolada. A solidão e o desespero de Jessie trazem a tona lembranças de seus traumas do passado; delírios e realidade se misturam, tudo intensificado pela privação de alimentos.
A premissa parece excelente, já o resultado deixa a desejar: há personagens - ilusórios e reais - mal resolvidos, como o cachorro cujo comportamento é incompreensível ou o alter ego de Jessie, que não tem motivo de existir. Alguns subtextos são interessantes, como a constatação de que o respeito às mulheres pode muitas vezes ser um comportamento artificial para muitos homens, que só agem dessa forma por pressão da sociedade, ou a demonstração de que a pedofilia doméstica é mais comum do que imaginamos. Em compensação há cenas ridículas, como a forma que Jessie consegue escapar das algemas e o acidente com um carro de luxo que bate de frente com uma árvore mas não há sinal do airbag.
Para coroar a sequência de erros, o filme estende-se mais do que o necessário (tenho certeza que qualquer um que assista Jogo Perigoso vai notar o que estou falando), usando esse tempo extra para explicar com detalhes todas os seus signos e nos presenteando com uma cena final embaraçosa. Stephen King, autor do livro no qual Jogo Perigoso foi baseado, é um dos escritores mais adaptados para o cinema de todos os tempos, o que infelizmente significa que muitas obras ruins acabam sendo produzidas com a sua assinatura.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio



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