Um filme por dia 2017 - 27/10 - 300 (2006)
Título original: 300
300 é baseado na graphic novel (história longa contada através de arte sequencial - quadrinhos) homônima de Frank Miller, que por sua vez inspirou-se no filme Os 300 de Esparta de 1962, todos contando com muita liberdade artística fatos históricos que aconteceram durante a Batalha das Termópilas, em 480 A.C., quando a Pérsia tentou invadir a Grécia. Por motivos políticos e religiosos o exército espartano não pôde defender a cidade, cabendo essa tarefa a 300 dos seus melhores soldados liderados pelo Rei Leônidas.
O que mais chama a atenção em 300 é o visual, abusando dos planos impactantes e da câmera lenta que, embora seja normalmente um recurso pobre e incômodo, aqui é justificável pela tentativa de emular o efeito dos quadrinhos, fonte inspiradora da obra. Tudo é superlativo propositadamente: a força e habilidade dos espartanos, quase como se possuíssem super poderes, os vilões e seu visual carnavalesco, os gritos e até mesmo a arrogância de mocinhos e bandidos. Porque obviamente em 300 qualquer motivação histórica real é descartada e os persas, liderados por Xerxes (Rodrigo Santoro), são ilustrados como vilões traiçoeiros enquanto os espartanos, liderados pelo Rei Leônidas (Gerard Butler) são nobres, honrados e justos, embora às vezes os exageros espartanos sejam tão impertinentes que até passamos a enxergar Xerxes como uma pessoa razoável.
300 se assemelha a um video-game, com hordas de vilões, monstros e chefes de fase se apresentando em fila para serem mortos pelos guerreiros de Esparta. Sua estória é interessante - uma trama clássica - mas seus superlativos enjoam depois de algum tempo além de falhar em mostrar a dimensão das batalhas, que parecem envolver no máximo 20 ou 30 soldados de cada lado - não podemos esquecer que além dos trezentos espartanos havia os arcadianos, totalizando na verdade quase mil homens. Tudo isso faz de 300 um filme irregular, agradável em alguns momentos e irritante em outros - ao lembrar de Gerard Butler gritando, acredito que os momentos irritantes ganhem.
Nota: 3/5
Fabio Consiglio
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