Um filme por dia 2017 - 30/10 - Thor: Ragnarok (2017)
Título original: Thor: Ragnarok
O principal acerto do Marvel Studios em seus filmes é não tentar esconder que tudo não passa de uma grande (porém cara e lucrativa) brincadeira, assumindo o quão ridículo é vermos pessoas fantasiadas com super poderes e ainda fazendo piadas durante batalhas mortais. Essa é a diferença fundamental, que se reflete no abismo de sucesso e qualidade, entre os universos cinemáticos da Marvel e DC, essa segunda impondo um tom épico e sombrio nas suas aventuras que torna-se risível quando vemos que os protagonistas usam cuecas por cima das calças.
Dito tudo isso e embora seja extremamente divertido, Thor: Ragnarok passa um pouco do ponto e exagera no seu tom cômico, causando muito mais risadas do que emoção ou apreensão a respeito do destino dos heróis. Na verdade as cenas de ação, mesmo sendo extremamente bem feitas, acabam tornando-se monótonas e previsíveis, com um bombardeio sensorial que logo perde o seu efeito hipnótico.
Há pontos admiráveis, como a disposição da produtora de realmente evoluir os seus personagens, com mudanças psicológicas e físicas. Isso pode parecer simples mas não é e envolve um planejamento cuidadoso de não apenas um mas de diversos filmes. Os atores parecem estar divertindo-se imensamente interpretando os caricatos personagens, com destaque para os exageros divertidíssimos de Cate Blanchett como Hela e a atuação acertadamente afetada de Jeff Goldblum como Grandmaster (ou Grão-Mestre).
O saldo é positivo e mesmo não sendo nem um pouco surpreendente ou criativo, Thor: Ragnarok entrega um produto divertido, o puro cinema pipoca, além de levar à frente o universo cinemático da Marvel. O grande risco à essa altura da empreitada da editora de Stan Lee é o esgotamento e aqui vemos claramente que as ideias estão se repetindo - o excesso de humor foi justamente para disfarçar isso. Esse é o desafio da Marvel daqui pra frente: fazer filmes divertidos que não façam a plateia dormir.
Nota: 3/5
Fabio Consiglio
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