Um filme por dia 2017 - 06/05 - Manglehorn (2014)

Título original: Manglehorn
A força de Manglehorn são seus personagens, principalmente o protagonista Manglehorn, veículo perfeito para que o grande Al Pacino brilhe. Com simbolismos interessantes ainda que às vezes óbvios, Manglehorn é um bom filme pela sua capacidade de fazer com que nos importemos com o destino daquelas pessoas.
O chaveiro Manglehorn leva uma vida simples e é assombrado pelo passado, por conta de um relacionamento mal resolvido. Envia cartas para a sua antiga amada e nunca obtém resposta - na sua caixa de correio há uma colmeia instalada, demonstrando  risco e a dor envolvidos no simples ato de verificar a correspondência e não achar o que deseja, pior, achar as cartas enviadas devolvidas para o remetente. Superficialmente amável, na verdade evita aprofundar laços com qualquer um, inclusive o próprio filho, preferindo a companhia de animais como a sua gatinha Fanny. Pode-se interpretar que tudo o que acontece no filme é visto do ponto de vista de Manglehorn, como as estórias contadas sobre ele por outros personagens, sempre fantasiosas e cheias de atos heroicos improváveis. Ele tenta dessa forma fantasiar e dar mais cor a sua vida que sob certos aspectos foi um fracasso no casamento, na paternidade e no amor.
Relativamente simples e com algumas boas ideias, Manglehorn é uma obra interessante que talvez peque pela falta de conteúdo, pela falta de conflitos. Mas é bastante fiel a sua proposta intimista, colocando todas as fichas na força do seu personagem título. Sendo este Al Pacino, não poderia dar errado.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio