Um filme por dia 2017 - 11/05 - Alien: Covenant (2017)

Título original: Alien: Covenant
Alien: Covenant começa com uma cena que parece um pedido de desculpas pelo tom do filme anterior da franquia, Prometheus. Nela, o magnata Peter Weyland (Guy Pearce) explica as suas motivações religiosas, quase que justificando todo o absurdo visto no roteiro de Prometheus. Ainda que ligeiramente melhor que o capítulo anterior, Alien: Covenant é fiel à missão de Prometheus de arruinar o legado da mitologia de Alien.
A espaçonave Covenant leva milhares de pessoas para colonizar um planeta distante. Um acidente acaba acordando a tripulação do sono criogênico e uma mensagem os leva a um outro planeta, diferente do originalmente planejado, mas com condições de abrigar vida humana. A partir daí, para que os eventos do filme ocorram, o roteiro preguiçoso abre mão de qualquer lógica ou coerência. Os "cientistas" descem em um planeta desconhecido sem qualquer proteção contra agentes biológicos, as decisões da tripulação de uma missão extremamente importante - tanto pelas vidas humanas quanto pelo custo - são aleatórias, sem qualquer raciocínio envolvido. Um dos pontos positivos é que o filme tenta emular o clima do Alien original e nota-se isso logo no início da projeção, com a trilha sonora reproduzindo o tema de 1979 de Jerry Goldsmith. Outro acerto é a relação entre os androides David e Walter (Michael Fassbender), idênticos fisicamente mas com personalidades opostas.
Na seu último trecho, Alien: Covenant assume de vez o objetivo de reviver o Alien de 1979, com situação e desfecho muito semelhantes. E a revelação final que deveria ser surpreendente era mais do que óbvia para qualquer um que assistiu mais de meia dúzia de filmes. Não considero Alien: Covenant um filme ruim, mas sobrecarregar a mitologia de Alien de explicações e detalhes sobre a origem do monstro só a enfraquece e vai tornar a série de filmes mais e mais incoerente. E o final abre espaço para mais continuações. Sinto por isso, pois até os monstros merecem descansar em paz.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio