Um filme por dia 2017 - 05/09 - Passageiros (2016)



Título original: Passengers
A nave Avalon está levando milhares de passageiros para colonizar um planeta distante, mas algo dá errado e uma das câmaras de animação suspensa falha, acordando Jim Preston (Chris Pratt) 90 anos antes do previsto. Com um arco principal suficiente para preencher no máximo um episódio de uma hora da série televisiva Black Mirror, Passageiros usa artificialidades em excesso na tentativa de nos manter interessados por quase duas horas.
Vai aqui um pequeno spoiler, mas que o material de divulgação do filme revela fartamente: Jim vai se sentir sozinho e no fim do primeiro ato ele acorda deliberada e unilateralmente Aurora (Jennifer Lawrence), brincando de deus ao invocar a sua Eva particular. A partir desse momento, o que conduz a obra é a dúvida sobre se Aurora vai descobrir que foi acordada - Jim disse a ela que o seu despertar também foi por conta de um mau-funcionamento. A forma que Aurora descobre a verdade é estúpida - difícil acreditar que a nave chegou tão longe com uma tecnologia que não prevê falhas e uma inteligência artificial tão burra - e a partir do momento que isso acontece não há mais nada a ser contado. Para que tenhamos mais 40 ou 50 minutos de filme, um novo personagem é introduzido de forma pouco convincente; quando ele não tem mais utilidade, ele morre - claro que antes ele tosse, um dos mais antigos clichês do cinema, a tosse que antecede a morte.
Passageiros não se sustenta e não se define, não sendo romance e nem ficção-científica. Tecnicamente é bom, o que não passa de obrigação em produções desse porte, com destaque para o design da espaçonave, que apresenta alguns conceitos plausíveis. Claramente faltaram ideias melhores no desenvolvimento da estória visto que, mesmo na Bíblia, o mito de Adão e Eva não ocupa muito mais do que 20 versículos, o que preenche menos de uma página.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio

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