Um filme por dia 2017 - 28/09 - The Discovery (2017)



Título original: The Discovery
The Discovery trata da maior descoberta da história da humanidade: a prova científica de que a morte não é o fim da consciência.
A obra começa bem explorando as consequências da descoberta do cientista Thomas (Robert Redford), como o aumento explosivo do número de suicídios - afinal, ao saber que a morte não é o fim, acabar com a própria vida se torna a fuga mais fácil para qualquer problema, até mesmo os banais - e até possíveis questionamentos jurídicos quanto à gravidade do crime de assassinato, já que ao matar alguém o criminoso não estaria dando fim à existência daquele indivíduo. A partir de um certo ponto, o filme passa seu foco para o filho de Thomas, Will (Jason Segel) e sua mal resolvida relação com o pai. Essa mudança de eixo é prejudicial a The Discovery; Will é enfadonho e suas motivações são confusas - ele ajuda a pesquisa do pai mas ao mesmo tempo parece querer sabotá-la. O comportamento de Will é de certa forma explicado pela grande reviravolta final, que evitarei comentar para não arruinar a experiência de quem ainda não viu o filme. Mas na verdade a conclusão do filme acaba mudando o problema de lugar, que deixa de ser o personagem Will e passa a ser a surpresa final propriamente dita, que é um pouco confusa e é explicada muito rapidamente - como comparativo, lembra um pouco A Origem de 2010, com a diferença que A Origem passa metade da projeção explicando a sua mecânica enquanto que aqui temos de digerir tudo nos últimos 5 minutos.
Mesmo não sendo um grande filme, o tema de The Discovery é fascinante e mesmo raspar apenas a superfície das consequências da descoberta já é o bastante para alimentar boas reflexões. Ao termos a certeza de que a morte não é o fim, passamos a desvalorizar a vida, fornecendo um botão de reset a qualquer um que esteja minimamente descontente. A grande ironia é que provar cientificamente algo que até então era apenas uma fantasia ou um dogma transformou toda a humanidade em um bando de fanáticos religiosos. Para quem acredita em Deus (não é o meu caso) esses são excelentes argumentos sobre o por quê Dele não se revelar explicitamente aos homens.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio

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