Um filme por dia 2017 - 17/09 - A Morte Cansada (1921)



Título original: Der müde Tod
A Morte Cansada de Fritz Lang é mais um exemplar do rico cinema expressionista alemão, influência permanente na arte cinematográfica e frequentemente citado como um dos filmes preferidos de Alfred Hitchcock.
Após perder o noivo, uma jovem mulher (Lil Dagover) encontra a Morte (Bernhard Goetzke) para implorar pelo retorno do amado. Cansada do seu trabalho a Morte conta para a mulher três estórias, passadas em tempos e lugares diversos mas semelhantes à sua, onde o amor não foi suficiente para impedir a ceifadora de executar sua função. Aliado à narrativa de apelo universal, A Morte Cansada nos brinda com uma atmosfera fantasmagórica única e com personagens propositadamente caricatos - o que acaba trazendo até um certo alívio cômico ao filme - que intensificam a natureza fabulesca da obra. A atenção aos detalhes é outro destaque e nada do que se vê em cena é desnecessário ou supérfluo, premiando aos espectadores mais atentos como no caso do bebê que aparece rapidamente nas mãos da morte e some em seguida - somente perto do final é dito que um bebê quase morreu durante o parto mas sobreviveu.
Filme seminal não só na narrativa e estética - Luis Buñuel dizia que após assistir A Morte Cansada descobriu o que queria da vida: fazer filmes! - mas também nos efeitos visuais - o ator Douglas Fairbanks comprou os direitos de exibição do filme nos Estados Unidos mas atrasou o lançamento a fim de copiar os efeitos especiais para o filme estrelado por ele próprio O Ladrão de Bagdad - A Morte Cansada tem também uma mensagem final agridoce: o amor só vence a morte rendendo-se a ela.
Nota: 5/5


Fabio Consiglio

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