Um filme por dia 2017 - 06/09 - Aladdin (1992)

Título original: Aladdin
Aladdin tem uma estória simples e uma mensagem tola e infantilizada, mas se destaca pela sua realização brilhante e o talento de Robin Williams.
Tudo em Aladdin é bem amarrado, desde o narrador no início do filme que na verdade é o gênio (reparem a roupa azul e obviamente a voz de Robin Williams) até as pistas plantadas durante a obra que serão utilizadas de forma relevante nas soluções do roteiro, gerando grande satisfação na audiência. Os números musicais também funcionam e acabam de vez com a ideia de que as músicas em animações são chatas e feitas apenas para crianças. Mas claro que o grande destaque é Robin Williams como o gênio, uma escolha perfeita para um personagem que pode ser qualquer coisa: um artista que pode encarnar qualquer um!
O número de pessoas homenageadas pelas imitações de Robin Williams através das materializações do gênio é imensa, com figuras muito conhecidas como Robert De Niro e Jack Nicholson, até as difíceis de reconhecer (principalmente por nós brasileiros) como Carol Channing e Rodney Dangerfield, passando por antigos ídolos como Groucho Marx e Peter Lorre (reconhecer esse último não é fácil). O número de piadas contido nas falas de Robin é imenso e só as cenas com o gênio, que ganhou vida através do imenso trabalho e talento dos animadores, já valem pelo filme todo.
A "moral" de Aladdin - seja você mesmo - é ingênua em excesso e a figura da mulher representada pela Princesa Jasmine (voz de Linda Larkin), embora ensaie uma certa libertação feminina, ainda mostra o sexo feminino como submisso e necessitando de proteção. O Sultão (voz de Douglas Seale) é apresentado quase como uma criança ou um deficiente mental, recurso usado para justificar a sua atitude passiva frente às brutalidades do reino e pintar os personagens de preto ou branco, sem nuances cinzas. Independente disso tudo, Aladdin envolve com os seus truques e sua qualidade, figurando entre as melhores e mais lembradas animações da Disney de todos os tempos.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio