Um filme por dia 2017 - 26/09 - Malditos (1962)



Título original: The Damned
Malditos (também conhecido como Os Malditos e em inglês como These Are the Damned) é uma trama assustadora sobre os efeitos da utilização da energia nuclear para fins não pacíficos, apresentando porém uma grande falha estrutural: demora muito a começar a contar de fato a estória principal, perdendo tempo com arcos paralelos e personagens secundários que pouco importam e perdendo o foco do que realmente interessa na obra.
O turista americano Simon Wells (Macdonald Carey) em férias no Reino Unido fica preso em uma instalação secreta do governo onde crianças são mantidas cativas. Ao assistir Malditos, nota-se que o que está descrito nessa pequena sinopse começa de fato a ocorrer com quase uma hora de projeção, nos levando até a duvidar se estamos vendo o filme correto. Toda a primeira metade de Malditos não aborda sua trama principal, a não ser com alguns poucos diálogos que nos levam a crer que há algo de estranho nas instalações do governo localizadas na cidade onde se passa o filme. Há personagens que não tem razão de existir, como a escultora Freya (Viveca Lindfors) sem função relevante na trama, embora as esculturas atribuídas à personagem (na verdade são obras da escultora Elisabeth Frink) sejam belíssimas e invoquem a morte, o que combina bem com a atmosfera de Malditos.
Apesar dos defeitos, Malditos expõe o temor, em seu auge nos anos 60, por uma guerra nuclear que dizimaria o planeta. Ao utilizar crianças radioativas para demonstrar esse horror, acaba até com a esperança de alguns que poderiam enxergar o extermínio de boa parte da raça humana como uma oportunidade de um recomeço mais virtuoso. Esse reinício da humanidade, se fosse viável de alguma forma, não significaria um renascimento do homem mas o surgimento de alguma outra coisa.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio

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