Um filme por dia 2017 - 14/09 - Círculo de Fogo (2013)



Título original: Pacific Rim
Círculo de Fogo funciona como um verdadeiro quarto de brinquedos, cheio de action figures (os famosos bonequinhos) de heróis e monstros, montado para o diretor Guillermo del Toro brincar. É difícil desassociar essa ideia do filme e isso talvez limite o seu público, mas é inegável que todos que já brincaram de batalhas monumentais com suas figuras de plástico irão se divertir com Círculo de Fogo.
Criaturas descomunais e monstruosas chamadas de kaiju surgem do oceano e passam a ameaçar a humanidade. Por conta disso, robôs gigantes chamados de jaegers são criados para combater os kaiju, sempre pilotados por ao menos dois pilotos ligados por uma conexão neurológica.
A obra é uma leitura contemporânea e ocidentalizada, embora faça várias referências ao oriente, dos chamados tokusatsu - os filmes de efeitos especiais japoneses - que normalmente tratavam de criaturas espaciais e monstros combatidos pelos humanos. Ao tentar ser fiel à sua fonte inspiradora, utilizando robôs gigantes para combater os kaiju, ao mesmo tempo que tenta explicar a tecnologia por detrás das máquinas humanoides, Círculo de Fogo segue uma lógica difícil de ser defendida: para que dois pilotos e ainda com as mentes interligadas, por que o piloto machuca-se de verdade quando o robô é atingido, se os pilotos estão com as mentes conectadas por que conversam tanto, qual a utilidade dos pilotos andarem de verdade e se esgotarem fisicamente para movimentar o robô, entre outras armadilhas criadas pelas soluções técnicas inventadas pelo roteiro do filme.
Os personagens do filme são carismáticos - destaque para Idris Elba como o Marechal Stacker Pentecost e para o sempre ótimo Ron Perlman como Hannibal Chau - mas totalmente unidimensionais e é difícil sentir alguma coisa por eles, o que nos leva de volta ao início desse texto: para se apreciar Círculo de Fogo devemos esquecer tudo isso e encará-lo como uma grande brincadeira de bonequinhos levada a seu grau máximo, dirigida de forma tecnicamente impecável por Guillermo del Toro e embalada com o tema musical envolvente e pegajoso (no bom sentido) de Ramin Djawadi (o mesmo de Game of Thrones). Se você era uma criança que vibrava ao ver Ultraman salvando Tóquio, por que não dar uma chance a Círculo de Fogo?
Nota: 3/5


Fabio Consiglio

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