Um filme por dia 2017 - 07/09 - Mulher-Maravilha (2017)

Título original: Wonder Woman
Mesmo não sendo nenhuma maravilha (desculpem mas não resisti), Mulher-Maravilha é um filme de herói competente por conseguir equilibrar momentos de epicidade com outros mais leves e até engraçados, corrigindo a sisudez de outros filmes do universo cinemático da DC Comics.
Diana (Gal Gadot) vivia em paz em Themyscira, a ilha escondida e mítica habitada pelas amazonas, quando a queda do avião pilotado por Steve Trevor (Chris Pine) coloca a heroína em uma missão para acabar com a Segunda Guerra Mundial. A mistura da fantasia com a realidade histórica sempre enriquece as estórias, seja por propor uma realidade alternativa seja por explicar eventos reais nebulosos com elementos ficcionais. Por outro lado, o cinema pipoca tende a simplificar excessivamente os acontecimentos, normalmente ilustrando os norte-americanos como nobres justiceiros defensores da liberdade e todos os outros como vilões cruéis e insensíveis. Mulher-Maravilha não é exceção, já que na obra Diana acaba com a guerra por meio da morte do deus da guerra Ares, ignorando totalmente as bombas nucleares usadas pelos Estados Unidos que realmente puseram um fim definitivo ao conflito.
Ao olharmos para o filme esquecendo da história (digamos que seja mesmo uma realidade alternativa), temos uma aventura divertida, embora sofra de alguns vícios irritantes como excesso de cenas em câmera lenta, um roteiro que não faz muito sentido (o plano de Ares não tinha lógica e para que ele precisava de Diana?) e os excessos concentrados principalmente no último ato, já tradicional nos filmes de heróis contemporâneos que tendem a não revelar seus poderes até o final do filme, com o único intuito de surpreender (oh!) a audiência.
Mesmo com problemas, Mulher-Maravilha é simpático e principalmente não se leva tão a sério como outras porcarias da Warner/DC (Esquadrão Suicida, Batman vs Superman); nos traz ainda uma mais do que justa homenagem à obra que consolidou o formato dos filmes de super-heróis que vemos atualmente: a cena em que Diana salva Steve de uma bala é, com os gêneros invertidos, semelhante à cena em que Clark Kent salva Lois Lane em Superman: O Filme de 1978.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio