Um filme por dia 2017 - 04/07 - Sabor da Paixão (2000)



Título original: Woman on Top
Sabor da Paixão parece tentar resgatar o espírito das comédias e sitcoms românticas da década de 50, além de retratar o Brasil da mesma forma como fizeram os filmes encomendados pela política de boa vizinhança norte-americana da década de 40, tudo isso em pleno ano 2000. Não funcionou.
A chef de cozinha Isabella (Penélope Cruz) vive na Bahia com o marido Toninho (Murilo Benício), ambos trabalhando no restaurante da família, até que flagra o companheiro com outra mulher e decide abandonar tudo, mudando-se para San Francisco, nos Estados Unidos. Depois desse ponto de partida digno do mais surrado argumento de novela, as coisas em Sabor da Paixão pioram ainda mais. Na tentativa de fazer graça somos brindados com cenas constrangedoras em sequência, como quando por conta do cheiro do café que estava fazendo Isabella é seguida por diversos homens na rua, a briga de Toninho no bar após ver Isabella na TV e tantas outras. Nada funciona: Penélope Cruz tem duas expressões, deprimida e confiante, sem meios termos; a preguiça dos roteiristas é tanta que diálogos excessivamente expositivos acontecem a todo momento; todos no Brasil falam inglês, com algumas palavras em português colocadas aleatoriamente nos diálogos - da mesma forma que em algumas novelas (de novo!) estrangeiros são representados falando perfeitamente o português, apenas encaixando algumas expressões da língua nativa.
Para coroar o desastre, a mensagem que fica é que a mulher depende do homem para ser feliz, já que Isabella se esforça para voltar a amar Toninho e tudo em sua vida volta a ser como era antes. A única coisa que se salva em Sabor da Paixão é a bela trilha sonora, com várias canções da MPB e Bossa Nova. Felizmente para ouvir essas músicas não é necessário passar pela agonia que é assistir Sabor da Paixão.
Nota: 1/5


Fabio Consiglio

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