Um filme por dia 2017 - 26/07 - A Lenda de Tarzan (2016)



Título original: The Legend of Tarzan
O cinema adora Tarzan - mais de 50 obras sobre o herói foram produzidas - então era mera questão de tempo que um novo filme do rei das selvas surgisse. A Lenda de Tarzan, sua mais nova encarnação, abraça o cinema pipoca exagerado típico dos filmes de super-heróis - afinal ele disputa o mesmo público das produções da Marvel - mas embora divertido, carece de carisma e emoção.
No início, A Lenda de Tarzan dá a impressão de que será mais criativo do que outros filmes do herói, ao ignorar a sua origem e já mostrá-lo na Inglaterra como Lorde Greystoke. Mero engano: todo o arco narrativo do nascimento e formação de Tarzan é mostrado na forma de flashback, soando como um artifício pobre apenas para mostrar-se diferente de outros filmes. Tudo é bem definido: os vilões são muito maus, os mocinhos são puros e nobres, não há possibilidade de ambiguidades e esse tipo de narrativa tem perdido espaço mesmo nos blockbusters, onde já há algum tempo é comum vermos heróis de caráter duvidoso e vilões relutantes. Esse excesso de personagens caricaturais reflete nas interpretações e vemos Christoph Waltz, que interpreta o vilão Leon Rom, no piloto automático, repetindo o seu tipo básico de mau e a única coisa que diferencia Leon de outros vilões de Waltz é o figurino. Outro problema é o excesso de efeitos digitais, feitos por computador, que na maior parte do tempo são artificiais em excesso. Isso pode parecer irrelevante, mas um efeito especial não pode provocar incômodo a ponto de destruir a imersão do público na obra, roubando a atenção da estória ou da atuação dos atores.
O maniqueísmo de A Lenda de Tarzan funciona de certa forma, afinal é impossível não torcer para quem combate assassinos escravagistas. A sua excessiva previsibilidade e roteiro infantil o tornam um passatempo descartável que logo é esquecido.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio

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