Um filme por dia 2017 - 10/08 - A Garota Húngara (2015)



Título original: Félvilág
Três mulheres formando um triângulo, de certa forma amoroso, sendo duas delas intimamente ligadas pelo passado, pela inveja e pelo ressentimento. A Garota Húngara envolve com sua trama que vai sendo aos poucos revelada, mesmo utilizando eventualmente alguns recursos pobres de telenovela em seu roteiro.
A estória se passa no ano de 1910 em Budapeste quando uma nova criada, Szebeni Kató (Laura Döbrösi), é contratada para ajudar a governanta Kóbori Rózsi (Dorka Gryllus) a cuidar da patroa, a ex-prostituta Mágnás Elza (Patricia Kovács). A relação da patroa e da governanta guarda segredos do passado e elas nutrem sentimentos ambíguos uma pela outra. Kató passa a ser de certa forma disputada pelas duas, que a querem como aprendiz ou da vida de luxúria, no caso de Elza, ou contida e religiosa, no caso de Rózsi. O novelo de acontecimentos que levaram àquela configuração de patroa e empregada, de rica e pobre, passa a ser desenrolado.
A Garota Húngara é bem realizado, com desenho de produção convincente ao retratar a época em que se passa. A fotografia ressalta a neblina em diversos momentos, como se estivesse nos lembrando que tanto o futuro quanto o passado daquelas mulheres ainda estava obscurecido pela densa névoa. Em alguns momentos nota-se uma certa preguiça dos roteiristas e alguns truques típicos dos folhetins televisivos são utilizados, com muitos personagens usando a desagradável frase "fiquei sabendo" ao confrontar alguém com uma informação que se julga nova.
Sempre com uma atmosfera sensual e mantendo um fluxo constante de acontecimentos, A Garota Húngara prende a atenção do começo ao fim. Tenho reservas à abertura do filme, que mostra Elza morta em uma mala, mas a obra é competente ao deslocar a tensão do "o quê" para o "como e por quê", mantendo o suspense até o final e entregando uma boa diversão.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio

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