Um filme por dia 2017 - 25/08 - Death Note (2017)



Título original: Death Note
Baseado no mangá Desunōto do início dos anos 2000 e já adaptado tanto em animações com em filmes live action, Death Note é relativamente fiel à sua fonte, o que é bom em alguns aspectos mas ajuda a arruinar o filme em outros.
A estória é fascinante: o estudante Light Turner (Nat Wolff) acha um caderno - o death note - que dá ao seu dono o poder de matar a pessoa que quiser, em qualquer parte do mundo, bastando para isso escrever o nome da vítima no caderno enquanto se visualiza mentalmente o seu rosto. A obra acerta - ponto para a fidelidade ao material original - quando Turner não se limita a vinganças pessoais e resolver "limpar" o mundo eliminando todos os criminosos, assumindo a identidade de Kira, um deus vingador que quer reestabelecer a justiça. Falta ao filme, no entanto, uma certa seriedade que daria mais peso a toda trama e parte da culpa disso é, além do visual e montagem de videoclipe, a utilização de elementos do mangá que não funcionam na tela, como o detetive L (Lakeith Stanfield), que nunca convence da sua suposta genialidade, mais parecendo um rapper mimado. O excesso de coincidências utilizadas, talvez pelo necessidade de condensar muitos acontecimentos que provavelmente levaram meses em apenas 90 minutos, também incomoda e é difícil acreditar na plausibilidade de justamente o pai de Tuner liderar a investigação sobre as mortes causadas por Kira. Tudo piora no último ato e o caderno, que originalmente servia apenas para nomear quem seria morto, passa a ser quase que um terminal de computador onde se pode programar pessoas, com ordens complexas e estruturas condicionais. Como cereja do bolo, temos perto do final uma cena de perseguição que pode ser utilizada como catálogo de clichês desse tipo de sequência, apresentando desde a escorregada nos carros na rua, passando por uma cozinha (?) e acabando em um beco sem saída.
Death Note como conceito é uma grande ideia e talvez fosse melhor explorado como uma série, talvez mostrando o caderno com diversos donos em épocas diferentes, sem falar do shinigami (demõnio) Ryuk (voz de Willem Dafoe) cujo visual é ao mesmo tempo fascinante e assustador. Porém o resultado final é, talvez por excessiva reverência ao material original, talvez por preguiça ou falta de talento dos realizadores, decepcionante.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio

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