Um filme por dia 2017 - 24/08 - Frankenstein (1931)



Título original: Frankenstein
A figura do monstro de Frankenstein é icônica - embora não seja nem um pouco plausível, afinal para que parafusos aparentes em um cadáver? - e grande parte da população da Terra sabe do que se trata ao ver imagens do ator Boris Karloff maquiado como a criatura. Com um roteiro fraco, em alguns momentos tolo e infantil, Frankenstein é um clássico por suas imagens e suas técnicas cinematográficas, sendo convincente ainda hoje, quase 90 anos depois de sua estreia.
Na cena de abertura, Edward Van Sloan aparece na tela em frente a uma cortina, advertindo a audiência sobre o que estavam prestes a testemunhar e aconselhando os mais fracos a desistirem enquanto era tempo. Essa técnica pode até parecer um pouco desonesta mas funcionou, deixando todos apreensivos e ansiosos para ver o filme. Logo, diversas cenas que habitaram o imaginário popular do século XX começam a surgir: o cientista Henry Frankenstein (Colin Clive) e seu assistente corcunda Fritz (Dwight Frye), a cama com o monstro sendo elevada para receber os raios que lhe darão novamente a vida, Henry gritando "It´s alive, it´s alive!" - Está vivo, está vivo!, o monstro entrando pela janela no quarto da noiva de Henry, Elizabeth (Mae Clarke) e finalmente o moinho em chamas da conclusão. A estrutura simples e baseada em imagens - não há sequer trilha sonora pontuando as cenas - faz com que nos lembremos da obra quase que plano por plano, demonstrando a força do material. Há problemas como o miolo do filme, que mostra como o monstro se rebela após ser ressuscitado, que é corrido e pouco convincente e Colin Clive como Henry Frankenstein, caricato e exagerado, quase risível, parecendo estar atuando em um filme mudo.
Independente dos defeitos, os planos de Frankestein continuam impactantes, mesmo não sendo um filme brilhante e nem constando na lista das maiores obras de terror - Nosferatu de 1922, por exemplo, é muito melhor - porém a sensação de déjà vu que temos vendo Frankestein - na época as pessoas devem ter tido a sensação de jamais vu - demonstra a sua genialidade.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio

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