Um filme por dia 2017 - 31/07 - A Princesa e o Sapo (2009)



Título original: The Princess and the Frog
A Princesa e o Sapo traz uma bem-vinda quebra de paradigmas das chamadas princesas Disney: a personagem principal não é uma princesa, o príncipe é um malandro falido e o principal, a protagonista é uma mulher negra.
A última animação tradicional da casa de Mickey Mouse - todas as posteriores a essa até agora, 2017, foram feitas utilizando computadores como ferramenta principal - conta a estória de Tiana (voz de Anika Noni Rose), uma jovem ambiciosa e trabalhadora vivendo na Nova Orleans da década de 1920. Como na maioria dos contos de fadas, há um feitiço e ela e o príncipe deserdado Naveen (voz de Bruno Campos) se transformam em sapos. Na sua jornada para voltarem a forma humana, conhecem novos amigos e acabam descobrindo mais sobre eles mesmos. Tudo foi modernizado e com exceção de Naveen não há príncipes ou princesas reais, mas nobres empossados apenas durante o Mardi Gras (carnaval de Nova Orleans). Tiana tem como objetivo de vida abrir um restaurante e melhorar de vida e não casar com um príncipe; acaba eventualmente se apaixonando por Naveen, mas não abandona o seu sonho profissional. Até a tradicional "mensagem" deixa de lado os batidos "seja você mesmo" ou "siga o seu coração" e abraça um conceito bem mais complexo: o que você deseja é realmente o que você precisa? É para fazer qualquer aspirante a princesa pensar.
A música é outro destaque e embora não tenhamos um hit como Let It Go de Frozen, as diversas músicas de A Princesa e o Sapo mantém a qualidade, sempre dentro da atmosfera do jazz de Nova Orleans. Não poderiam ficar de fora as referências, uma tradição das animações contemporâneas e podemos ver desde uma releitura do beijo de A Dama e o Vagabundo até uma mais sutil mas que faz qualquer cinéfilo sorrir, quando um personagem chama sua cachorra chamada Stella da mesma forma que Marlon Brando em Uma Rua Chamada Pecado.
O passado nunca deve ser desprezado e filmes como Branca de Neve e os 7 Anões continuam sendo obras-primas eternas. Porém estórias de mulheres que viveram felizes para sempre com seus príncipes não fazem mais sentido nos dias de hoje. Se alguém deseja ter uma princesa como inspiração, melhor que seja Tiana de A Princesa e o Sapo do que Aurora de A Bela Adormecida.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio

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