Um filme por dia 2017 - 27/08 - As Três Noites de Eva (1941)

Título original: The Lady Eve
As Três Noites de Eva é um filme bem feito, leve e divertido, além de uma comédia romântica modelo, apresentando todos os elementos vistos até hoje nos filmes desse sub-gênero.
A golpista Jean (Barbara Stanwyck) tenta aplicar um golpe no milionário Charles (Henry Fonda) mas acaba apaixonando-se por ele. A partir daí, a estrutura básica da comédia romântica passa a dominar e o casal se separa, enfrenta obstáculos, os enamorados passam por uma evolução ou transformação e voltam a se reunir no final feliz. Independente do modelo, que parece desgastado nos dias de hoje, o que importa aqui é como as coisas são feitas e As Três Noites de Eva não decepciona, nunca insultando a inteligência da plateia. A estória é bem amarrada e interessante, até com toques míticos que insinuam o perigo representado por Jean como o nome adotado por ela, Eve (ou Eva) e a cobra de estimação de Charles. Há algum exagero no humor pastelão no que se refere a Charles, desajeitado em excesso, mas é compreensível já que isso reflete a sua inabilidade para lidar com o mundo e principalmente com as mulheres e a sua extrema ingenuidade.
Obra escapista por excelência, pintando o mundo de cor-de-rosa e livre de maldades, As Três Noites de Eva deve ser julgado pela sua proposta e partindo dessa premissa ele certamente se destaca ao unir comédia e romance de forma fluente e inteligente. Mesmo o machismo bíblico que demoniza a mulher, visto através dos signos do nome Eva e da cobra é amenizado ou até mesmo anulado pelo humor e pureza dos personagens, fazendo de As Três Noites de Eva uma grande comédia romântica que se destaca justamente por saber exatamente qual o seu papel, ser uma diversão despretensiosa.
Nota: 4/5


Fabio Consiglio