Um filme por dia 2017 - 05/12 - Rango (2011)



Título original: Rango
Rango é uma animação que homenageia os faroestes, principalmente os filmes de Clint Eastwood e Sergio Leone como Três Homens em Conflito de 1966, mas achar as dezenas de referências cinematográficas (não apenas de faroestes) espalhadas em Rango não é a única diversão: a obra é recheada de boas ideias, excelente ritmo e inspirado desenho de produção.
O camaleão Rango (Johnny Depp) vive em um aquário quando um acidente envolvendo o carro onde estava sendo transportado faz com que o réptil fique perdido no deserto. O nosso herói chega em uma cidade povoada de animais do deserto chamada Dust (poeira), onde uma crise está em curso por conta do desaparecimento da água, tratada como se fosse dinheiro, incluindo a existência de um banco de água.
A metalinguagem está presente em toda a obra começando pelo protagonista, um camaleão, que tal qual um ator pode mudar de cor - ou personalidade - conforme a situação. Mas Rango não cai na tentação das piadas óbvias, como seriam as de mudança de cor do personagem que não acontecem - na verdade ocorre em uma cena de forma bastante discreta e quase despercebida.
A água ser o "dinheiro" do deserto é uma escolha lógica e inteligente, movendo a estória que é uma clássica trama de especulação imobiliária lembrando em muito Era uma Vez no Oeste de 1968 (outro de Sergio Leone).
Todo o visual e muito inspirado, com a utilização de utensílios humanos de formas inusitadas pelas criaturas de Dust e pelos animais escolhidos como personagens, saindo dos óbvios mamíferos e focando em répteis e aves, o que faz todo o sentido em um ambiente árido.
Rango é impecável tecnicamente, com boa estória e atuações - diferente do que é feito normalmente nas animações, as dublagens não foram gravadas em um estúdio de forma isolada mas captadas com os atores atuando segundo o roteiro, como se fosse um filme live action, o que confere às atuações mais naturalidade. Nas bastasse essas qualidades, rever Rango é sempre divertido dado o grande número de referências cinematográficas, permitindo que sempre se descubra uma nova ainda não percebida anteriormente - revendo o filme para esse texto descobri mais uma, do filme Arizona Nunca Mais - o que torna Rango obrigatório para todos os cinéfilos.
Nota: 5/5


Fabio Consiglio



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