Um filme por dia 2017 - 13/12 - Star Wars: Os Últimos Jedi (2017)



Título original: Star Wars: The Last Jedi
No mundo dos jogos eletrônicos há vários títulos com lançamentos anuais ou bianuais, como Call of Duty ou FIFA. Esses games costumam utilizar o mesmo programa base durante muito tempo e são frequentemente acusados de repetir ano após ano as mesmas situações e acontecimentos, apenas mudando a sua ordem e aparência ou skin (pele em tradução literal). Star Wars: Os Últimos Jedi passa essa sensação: mesmo divertido e com algumas boas ideias, repete situações e até planos dos outros filmes da franquia, apenas alterando o skin.
Enquanto os rebeldes liderados pela General Leia (Carrie Fisher) estão fugindo (como sempre) dos vilões - não mais o Império, nos novos filmes ele foi substituído pela Primeira Ordem mas isso não faz muita diferença - Rey (Daisy Ridley) foi até o mundo Jedi para tentar trazer Luke Skywalker (Mark Hamill), o último ou penúltimo jedi, de volta à batalha. O lado bom da obra são os personagens, todos carismáticos e apresentando alguma profundidade, além de algumas bem vindas surpresas. O lado ruim é a repetição em níveis nauseantes de situações e até diálogos já vistos nos outros filmes da franquia - a mesma ladainha "venha para o meu lado" e robôs que revelam poderes e habilidades que ninguém conhecia, nem os seus mestres. Há também situações inverossímeis mesmo levando-se em conta que tudo se passa em uma galáxia muito, muito distante com pelo menos dois ou três deus ex machina - personagens sobrevivendo em condições impossíveis e coincidências incríveis.
Na verdade o roteiro é ruim como um todo - todo o arco da fuga da frota rebelde não faz sentido algum e parece ter sido feito apenas para que o filme ganhasse em duração - com alguns lampejos inteligentes espalhados aqui e ali, como a crítica social certeira feita quando alguns personagens em um planeta cassino percebem que por detrás da beleza e da riqueza há um número enorme de trabalhadores atuando em condições degradantes, animais explorados e muito sofrimento, nada muito diferente dos bem terráqueos shows de animais ou dos cruzeiros de luxo.
Star Wars: Os Últimos Jedi funciona bem como cinema pipoca e até empolga em alguns momentos, mas não resiste a reflexões críticas sobre a estrutura da sua trama. Com seus desdobramentos até certo ponto inesperados e a eliminação de alguns personagens, Os Últimos Jedi parece estar sedimentando o caminho para que os próximos filmes da franquia distanciem-se cada vez mais das obras seminais. Isso se o diretor do próximo filme, o responsável pelos novos Star Wars J.J. Abrams, que adora fazer filmes que se apoiam majoritariamente na nostalgia, permitir.
Nota: 3/5


Fabio Consiglio



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