Um filme por dia 2017 - 21/12 - Bright (2017)



Título original: Bright
Mesmo tendo como premissa um universo que possibilitaria infinitas abordagens e soluções criativas, Bright é burocrático, não envolve ou emociona e conta uma estória que não faz sentido.
Em Bright acompanhamos dois policiais, o humano Daryl Ward (Will Smith) e o orc Nick Jakoby (Joel Edgerton) envolvidos em um misterioso caso envolvendo uma varinha mágica, repetindo a dinâmica dos policiais diferentes sendo obrigados a trabalhar juntos - aqui são humanos e orcs mas já foram utilizados brancos e negros ou caucasianos e latinos. No filme o mundo não é dominado apenas pelos humanos e diversas raças mitológicas convivem no mesmo espaço, como elfos, orcs e magos, entre outros que são só citados ou mostrados rapidamente na tela, como centauros e anões (não me refiro a pessoas com nanismo mas aos chamados dwarves como em O Senhor dos Anéis). Essa ideia não é nova e recentemente foi desenvolvida de forma mais satisfatória em outras obras, como a animação feita para televisão Ugly Americans (2010) e a estória em quadrinhos Fables (2002). Esses dois exemplos mostram duas abordagens diferentes: na primeira utilizando o humor ácido e na segunda o mistério e aventura.
Já Bright não acerta no tom, falhando nas suas (poucas) tentativas de humor e da mesma forma fracassando como filme de fantasia com atmosfera policial. Além do péssimo roteiro, a direção falha nas cenas de ação - é difícil entender o que está acontecendo tanto espacial quanto temporalmente - e no desenvolvimento dos personagens, alguns deles parecendo desperdiçados como os magos atuando como investigadores do FBI.
A diegese adotada por Bright pode não ser exatamente original mas é rica o suficiente para que uma trama mais inteligente fosse criada e um filme melhor produzido. Talvez o maior responsável seja o seu diretor, David Ayer, culpado por colocar no mundo a abominação em forma de filme chamada Esquadrão Suicida de 2016. Se tivermos sorte, com mais esse desastre no currículo nunca mais ouviremos falar do seu nome.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio



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