Um filme por dia 2017 - 23/12 - Alma Perdida (2009)



Título original: The Unborn
O que diferencia Alma Perdida de tantos outros filmes que tratam de espíritos possessores é o folclore por detrás da trama, aqui não o católico-cristão mas o hebraico. Mas essa "inovação" não salva a obra da mediocridade.
Casey (Odette Annable) está sendo perseguida por um dybbuk (espírito possessor do folclore judeu) e busca descobrir os motivos pelos quais foi escolhida e como escapar da entidade. Nada na trama faz muito sentido, começando pela motivação do espírito, envolvendo a ligação existente entre irmãos gêmeos e o passado da família de Casey no Campo de Concentração de Auschwitz (até o nazista Josef Mengele é citado), até chegar aos métodos da entidade, que utiliza caminhos tortuosos para concretizar a possessão - a revelação final fragiliza ainda mais a estória.
Como todo filme de horror ordinário, Alma Perdida preenche o tempo de exibição com sustos sem importância para a trama, utilizando sonhos e alucinações, tudo para convencer o espectador que algo está acontecendo quando na verdade nada está de fato levando a estória para frente.
Há um signo escondido em Alma Perdida relacionado ao terrorismo, transmitindo a mensagem de que os atos de terror (os reais, não os dos espíritos) não estão associados a uma religião específica; isso pode ser observado por frases como "não estamos seguros em nenhum lugar", "pode ser qualquer um de nós" e pelo ritual de exorcismo com caráter ecumênico, juntando judeus e cristãos. Se metaforicamente a mensagem da obra fosse um presente, podemos dizer que ele é tão ínfimo e está tão mal embalado que não vale a pena o esforço de desembrulhá-lo.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio



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