Um filme por dia 2017 - 28/12 - Meu Nome é Ray (2015)



Título original: 3 Generations
A principal bandeira levantada por Meu Nome é Ray é importante e atual, a identidade de gênero. Diferente do seu tema, a forma como a estória é desenvolvida não é tão notável, empalidecendo a força do seu mote e a boa interpretação de Elle Fanning como Ray.
Ramona desde criança sabia que era um menino em corpo de menina e decide tornar-se Ray iniciando um tratamento hormonal. Como ele tem apenas 16 anos precisa da assinatura dos pais, separados, para autorizar a terapia e a busca das assinaturas é o que move a trama. Há muitos truques de novela em Meu Nome é Ray, com drama familiar em excesso - como se a situação do garoto já não fosse dramática o suficiente - e até um chamado núcleo cômico, que falha em fazer graça por sua total falta de timing humorístico.
A obra no seu início dá sinais de que além da questão do gênero levantaria também a discussão do choque de gerações - o título original leva a crer essa ideia. Mas a geração mais velha, representada pela avó de Ray, Dolly (Susan Sarandon), e sua namorada Frances (Linda Emond) foi relegada a ser o alívio cômico do dramalhão, não explorando a percepção de que a geração da mãe de Ray, Maggie (Naomi Watts), seria mais conservadora do que a anterior.
Um tema atual como a identidade de gênero merecia um filme mais sensível e profundo do que Meu Nome é Ray. Principalmente pela sua conclusão, com toda a família não "tradicional" reunida, a obra deixa na boca um gosto de um seriado de televisão como Modern Family, mais preocupada em provocar um sorriso doce porém fácil do que fazer pensar.
Nota: 2/5


Fabio Consiglio



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